Por a 30 Novembro 2021

Um apartamento em tempos compartimentado e com pouca luz, foi alvo de uma intervenção que para além da demolição de paredes apostou na organização e ligação dos espaços através da materialidade. O resultado foi um open space com com uma dimensão generosa e espaços acolhedores e dinâmicos.

Arquitetura: Atelier 106 / Fotografia: do mal o menos / segundo a memória descritiva enviada pelos autores do projeto

Muito compartimento e consequentemente com pouca luz – apesar das várias janelas existentes -, a intervenção assinada pelo Atelier 106 tinha como propósito transformar este apartamento localizado no Lumiar, num espaço mais amplo e comunicante através de ligações visuais, permitindo também que a luz entrasse e banhasse todos os espaços sem barreiras opacas.

Para isso, recorreu-se à demolição de muitas paredes, com especial enfoque na área social – hall de entrada, cozinha, sala de jantar e sala de estar -, criando um grande espaço aberto apenas dividido por carpintaria, cantaria e serralharia.

Neste sentido, a carpintaria desempenha um papel fundamental na organização, distribuição e conexão dos espaços e procura, através da sua versatilidade conter diversas funções consoante as áreas em que se vai inserindo.

Após a intervenção, a entrada, pouco luminosa, ganhou outra dimensão com o vidro fixo emoldurado em ferro que separa este primeiro espaço da cozinha. A peça em mdf lacado a branco que serve de bengaleiro “dobra” a parede num ângulo de 90 graus para se transformar na grande estante que emoldura a sala e abraça a lareira.

A separar a sala de estar da sala de jantar, criou-se outra estante que se abre para os dois lados, potenciando a circulação da luz natural. À semelhança da separação destes dois espaços, a cozinha demarca-se da sala de jantar através de uma ilharga de pedra lioz que é suficientemente alta para não se visualizar a cozinha em si, mas baixa o suficiente para permitir a passagem da luz e alguma relação com a zona de refeições.

A sala de estar, agora bastante luminosa, dispõe de uma peça marcante, em carvalho, que enfatiza o grande vão aberto para o jardim – uma secretária. Já na estante, que atravessa todo o espaço social, criou-se uma passagem para a área mais privada da casa, com acesso direto a uma instalação sanitária social e constituída por dois quartos, cada um com a própria instalação sanitária, tendo um deles um walk in closet. Este último culmina com um toucador que se prolonga, criando a bancada da instalação sanitária, separadas por três materiais – pedra lioz, vidro e espelho.

O pavimento foi também substituído por uma madeira mais clara – riga – conferindo maior leveza e luminosidade ao espaço. A pedra lioz encontra-se muito presente no projeto com diversas funções, desde revestimento a divisão de espaço, bancadas, duche e moldura de porta.

Conseguiu-se um compromisso entre um open space com uma dimensão generosa e espaços acolhedores, confortáveis e dinâmicos.

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