Por a 20 Outubro 2021

Um casal de aventureiros, que visitou boa parte do globo, sobretudo em África, e que traz também na bagagem muitas memórias de Lisboa mostra-nos a sua casa! De cada viagem trazem também objetos com alguma história por contar, como a coleção de máscaras africanas, por exemplo. Ambicionavam o seu lar contasse a história deles.

Fotografia: Joana França I Texto: Segundo memória descritiva

Têm como referência a arquitetura modernista de Brasília. Cultivam o desapego e possuem apenas o essencial, e apesar de serem apaixonados por leitura doam, frequentemente, os seus livros, roupas e outra coisa que esteja fora de uso. Motivo pelo qual optaram por um apartamento relativamente pequeno, de 70m², embora bem localizado e sob medida para as coisas essenciais do dia-a-dia.

Quando recorreram à ajuda da Semerene Arquitetura Interior tinham com objetivo transformar o pequeno apartamento num espaço amplo e integrado com o verde, focado nos ambientes de convívio e valorizando o que é essencial no quotidiano. Sobretudo tendo em conta que receber e cozinhar para os amigos são outras das suas paixões.

Minimizar as paredes para valorizar e integrar as áreas de convívio, aumentar a ventilação cruzada e a iluminação de uma forma geral, retirando as barreiras entre as duas fachadas do apartamento vazado, estiveram entre as prioridades.

Na escolha dos materiais foi levado em conta a qualidade, durabilidade e manutenção, mas também a sensação que cada material transmite.

A conexão com a natureza pode ser vivenciada através do uso da madeira, cimento e tijolo. O pavimento hidráulico, por ser artesanal e tradicional, não é apenas um revestimento comum, mas uma escolha com significados afetivos.

Todas as inspirações foram traduzidas com o uso de tons naturais e neutros, numa textura mais rústica, como o tijolo branco, o cimento e a madeira; as memórias da infância foram traduzidas na escolha do azulejo hidráulico, na cor e nas formas da marcenaria da cozinha.

A arquitetura mediterrânea, com seus arcos, a cozinha da avó, cheia de elementos de afeto, além dos objetos trazidos da África, que possuem uma forte conexão com a natureza, e as origens do casal, estão bem presentes.

O segundo quarto é agora um espaço reversível, preparado para receber hóspedes com privacidade, mas também pode ser aberto para a sala na maior parte do tempo, através de portas de vidro e ferro. A reforma conta ainda com duas casas de banho, uma na suíte do casal e outra na entrada do apartamento. A área de serviço foi deslocada para liberar o cobogó (espécie de biombo) mas manteve a mesma dimensão e ventilação suficiente para as necessidades do casal.

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