Por a 17 Abril 2020

Fotografia: Gui Morelli Texto: Isabel Figueiredo Produção: Amparo Santa-Clara

Numa das ruas estreitas que conduzem ao Príncipe Real, o apartamento reúne no seu interior o charme do passado, o conforto que se exige nos tempos modernos e a contemporaneidade de algumas das obras, entre elas a fotografia.

Datada do início do século 20, a casa já teve as obras merecidas. O chão de madeira foi inteiramente recuperado, bem como as janelas, preparadas para reduzir o impacto do barulho da cidade e livrar a casa das temperaturas mais extremas.

A cozinha, que mantém os azulejos originais, está aberta para a sala, que se divide entre zona de estar e de refeições por meio de um belo e confortável Chesterfield.

Do teto pende um lustre em cristal de Murano e no balcão da cozinha domina o azul: o dos azulejos, das loiças Vista Alegre, das cerâmicas ou do pequeno doméstico KitchenAid.

Na sala de estar, o chão cobre-se com um tapete afegão. A mesa inglesa e as cadeiras D. José, a cadeira Dona Maria em pau santo, junto à janela, e na parede ao lado a pintura marinha italiana, as cerâmicas chinesas craquelé que formam as bases dos candeeiros, com abajures em seda selvagem, as almofadas Bokara que repousam no sofá branco e, na parede, o prato da Roche Bobois, são reflexo de um gosto apurado. 

Na zona de refeições, a harmonia entre antiguidades e fotografia contemporânea sublinha o nível de exigência do proprietário no que diz respeito à escolha de peças para rechear a sua casa.

Na parede, o olhar dirige-se para a fotografia de Jaime Welsh (‘The Visitor’), em contraste com a mesa redonda vitoriana em pau santo e, sobre esta, o conjunto de porcelanas chinesas.

Na outra parede, o canapé é um trabalho da Fundação Ricardo Espírito Santo e veio do Palácio de Seteais e para a parede onde encosta foi destinado um óleo de pintor espanhol do século 19.

Nestes quase 100m2, há espaço ainda para um closet e uma casa de banho, no corredor de acesso aos quartos. Nesta última, sobressai mais uma vez a harmonia das peças, caso da mesa de jogo Dona Maria, do espelho com moldura em talha portuguesa e do toalheiro vitoriano, em contraste com o chão de cimento polido.

No quarto principal, destaque para o canapé Dona Maria, em pau santo, e nessa parede a fotografia de Miguel Bartolomeu (2018); há ainda uma litografia de Paula Rego e um desenho de Pedro Sequeira (‘Organising the studio’). Junto à janela, mora a sofa table inglesa, na mesma madeira nobre, e os candeeiros com bases de porcelana chinesa; destaque ainda para o par de cadeiras portuguesas pintadas.

Os dois quartos, o principal e o de hóspedes, estão apoiados por uma varanda que os une, e dali se avista o pequeno pátio ajardinado da galeria de arte, no piso de baixo – a Espaço Real, assim se designa, que abriu em fevereiro de 2019 e é já um destino obrigatório na cidade.

No quarto de hóspedes, a cama é Dona Maria e a papeleira inglesa é Jorge III; Pembroke table eduardiana e, no chão, um tapete Bokara do Turcomenistão.

Reviver o passado em Lisboa em galeria

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