Por a 26 Fevereiro 2020

Natalie Dionne Arquitetura presta homenagem à herança residencial de Montreal, Canadá.

Fotografia: Raphaël Thibodeau

Montreal é conhecida pelos seus bairros animados e ruas tradicionais, alinhadas com casas geminadas de dois e três andares. Algumas delas construídas na primeira metade do século XX, estas casas deixaram de corresponder aos estilos de vida atuais. Na esperança de preservar esse património urbano, vários arquitetos tentam agora dar a estes edifícios uma nova oportunidade de vida.

Recentemente renovada, a Brick House (casa de tijolo) está localizada na Rua de Gaspé, perto do popular Mercado Jean-Talon. A transformação profunda tem a assinatura da Natalie Dionne Architecture. O programa envolveu transformar o que antes era um prédio de três unidades numa generosa casa unifamiliar. Os interiores foram abertos, a luz foi trazida para o interior e o quintal foi transformado numa sala de convívio.
 

A intervenção arquitetónica é facilmente entendida na parte de trás do edifício. Embora a sua intenção inicial fosse preservar os principais elementos da fachada, os arquitetos não tiveram escolha a não ser substituir totalmente o tijolo. Isso deu-lhes a oportunidade de integrar aberturas mais generosas na parede externa. De acordo com a tipologia existente, quatro janelas alongadas foram inseridas no andar superior, onde estavam as aberturas originais. Cuidadosamente alinhados com as novas janelas, dois conjuntos de portas dobráveis ​​atravessam a área de jantar e cozinha.
 

Uma chaminé localizada centralmente, hoje inativa, é um objeto estético, que reforça a composição da fachada simétrica e acrescenta um toque de fantasia. Com os seus tijolos, deixados aparentes por dentro e por fora, a chaminé é como um elo entre o passado e o presente, o velho e o novo.


O piso térreo foi transformado numa ampla área de estar, enquanto o andar de cima foi redesenhado para alojar três quartos e uma generosa casa de banho. O gesto mais teatral dos arquitetos foi introduzir um volume de dois andares acima da área de jantar. Como resultado dessa mudança, o quarto principal e o WC no andar de cima parecem flutuar no piso térreo. Um pequeno “varandim” com guarda em vidro foi inserida entre os dois volumes.
 

As aberturas interiores geram uma série de vistas inesperadas em direção à área de refeições, ao quintal e ao beco próximo. O posicionamento cuidadoso das divisórias no andar de cima garantiu fluidez e transparência de um espaço para outro. Claraboias instaladas em épocas anteriores no telhado foram totalmente renovadas, trazendo luz natural que hoje inunda a escada central e o WC no andar de cima.

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