Fotografia: Vasco Célio Texto: Isabel Figueiredo
Um T5 em três andares e uma família que, quando ali se junta, reúne 3 gerações. Os designers de interiores Vítor Duarte e Carlos Rocha reinterpretaram este apartamento com arte e engenho
Os fundadores do atelier White & Kaki, sediado no Algarve, com projetos em Portugal, na Europa e Estados Unidos da América, têm uma agenda cheia. Em conformidade com a dimensão da sua capacidade criativa.
A imaginação e a curiosidade são, desde sempre, o que os move e, em boa parte, a forma como lidam e interpretam alguns objetos – tão simples como cordas de sisal, panos de velas de barco ou até tapetes gastos, que do lado contrário preservaram alguma da sua textura e se revelam ‘jovens’ de novo – é como um farol que nos aponta na sua direção. Sobretudo quando se procura a diferença. Posto isto, é assim natural que hoje Vítor e Carlos assinem alguns dos projetos de interiores mais interessantes, sobretudo a Sul de Lisboa.
Esta casa, de construção recente, não muito longe do mar, necessitava de uma reorganização espacial, de ver bem aproveitada a sua área, que se espraia em três pisos – o T5 tem, ainda, uma garagem e piscina – e como tal havia que tornar o espaço interior mais sedutor, mais amplo, mais luminoso e com várias zonas de lazer.
“Uma das áreas mais importantes é o terraço, de dimensão generosa, onde foram criados um espaço de refeições para a família assim como uma zona de estar”, diz-nos Carlos Rocha.
Este grande terraço não apenas fornece o interior de boa luz natural como funciona como prolongamento da zona social. Toda a decoração foi baseada em cores suaves e relaxantes, com o branco dominante.
O mobiliário é muito simples e acima de tudo funcional. As madeiras utilizadas são naturais, sem qualquer revestimento, assim como todos os têxteis vistos nas janelas, sofás, almofadas, entre eles linhos e algodões.
“Existe apenas um contraste, mais ou menos sofisticado”, revela Carlos. “A casa de banho social, que pode levar uma mente mais criativa a pensar no interior de uma caixa de joias”.
Na sala de estar interior, o olhar detém-se na tela de grandes dimensões do artista e arquiteto Tim Madeira; junto à lareira foi colocada uma outra tela, do conceituado artista plástico Gil Maia.
Porque nem sempre é fácil ir ao encontro dos gostos e exigências de uma família grande, com idades e dinâmicas diferentes, as reuniões, conversas e partilha de ideias entre proprietários e o atelier foram muitas.
A expectativa aumentava a cada dia que o projeto ia sendo desenvolvido. Mas o resultado final foi do agrado de todos. “Pensamos ter contribuído para muitos momentos felizes e foi um prazer abraçar mais este projeto”, finalizam.