Um espaço que reflete bem quem aqui vive, que faz questão de estar rodeada das muitas coisas de que gosta.
Texto: Marta Lucena / Fotografia: José Manuel Ferrão
A vida dá muitas voltas e por isso a proprietária trocou o Porto por Lisboa e uma casa na Foz por este apartamento situado numa das melhores zonas da cidade, o Príncipe Real.
Era aqui que vivia o escritor António Alçada Baptista e foi por conhecer os seus filhos que a atual proprietária pôde ver este andar. Quando o viu soube imediatamente que o queria comprar: “Tinha muitos quartos pequenos e as janelas não deixavam entrar a luz, mas consegui perceber todo o potencial do espaço. Apesar de várias opiniões, acabei por fazer as obras de maneira a ficar com uma sala grande onde integrei a cozinha e zona de refeições o que acaba por ser muito prático”. Partiu várias paredes e a luz entrou pela janelas que também aumentou de maneira a poder gozar a vista fantástica para o Cristo Rei e para a Ponte de um lado, e para os telhados e Assembleia da Republica, do outro.
A casa está cheia de tudo o que gosta, do que já tem há muitos anos e de objetos que vai comprando quando se tenta ” há coisas que de vez em quando não resisto e tenho mesmo que comprar”. É simples: a alma e o estilo muito próprios de quem aqui vive são o verdadeiro ADN desta casa.
E como podem ver, minimalismo não é uma palavra que faça parte do seu dicionário. A mistura do passado e do presente sem complexos ou complicações faz com que este apartamento tenha realmente uma vida única e cheia!
Armários, cómodas e cadeiras antigas que herdou, sofás italianos modernos, almofadas de todos os feitios e cores (algumas feitas em casa com retalhos de tecidos ou até de peças de roupa que não usa), gravuras clássicas e quadros contemporâneos (vários da artista Maria Ribeiro Teles), fotografias, caixas, jarras, loiças, bancos rústicos que ela própria pintou de azul-turquesa, livros, tapetes…todo o seu mundo que quem chega não consegue apreender à primeira mas que se vai descobrindo com calma porque há muito para ver.
Nesta casa onde o estilo não se sobrepôs ao conforto e onde a palavra passe parece ser cor, todos os cantos mostram que decorar não tem que ser um quebra-cabeças mas convém que haja alguma criatividade e imaginação. É louca por riscas mas as flores tiveram um “papel” importante no hall de entrada e ao longo do corredor para os quartos.
Flower Power ainda no quarto principal numa colcha de cama improvisada e nos abat jours dos candeeiros das mesas-de-cabeceira. E como tudo aqui se afasta do tradicional, o seu retrato a óleo pintado pela sua irmã foi parar à cozinha numa atitude de total despretensão.
Gostava de ter uma casa assim? Então comece a inventar a sua porque esta não está à venda e é impossível imitar!
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