Por a 10 Setembro 2025

O gosto de Emmanuel de Bayser para mobiliário mid-century e objetos de design, além da coleção crescente de arte contemporânea, coabitam no seu apartamento haussmanniano, em Paris.

Fotografias: Greg Cox | Bureaux / Texto: Robyn Alexander | Bureaux / Produção: Sven Alberding | Bureaux

Quando o apartamento em Paris, onde Emmanuel ficava durante as semanas de moda, deixou de servir-lhe, o colecionador e dono de uma boutique decidiu permanecer na mesma zona. “O anterior era pequeno e agora passamos mais tempo em Paris”, diz Emmanuel. A casa ficava perto do Parc Monceau, ideal também para o cão, e foi nesse edifício, a 200 metros, que encontrou este novo apartamento.

A zona caracteriza-se pelo estilo haussmanniano puro, com muitos hotéis particulares do século XIX. “Faz-nos sentir imediatamente no centro de Paris”, acrescenta, valorizando a oferta cultural do bairro. No segundo andar (étage nobile) do edifício, o apartamento apresenta tetos altos, painéis de madeira clássicos e molduras refinadas. “Entrar aqui dá-me logo uma sensação de pertença e privacidade — é como entrar num mundo à parte”, diz Emmanuel.

Subindo a escadaria de pedra com guarda de ferro forjado, entramos num hall de amplo e elegante. O revestimento das paredes (boiserie), as portas de altura tripla e os rodapés em madeira estão bem preservados e pintados no tom creme suave nas paredes, realçando os detalhes.

Os pavimentos são em parquet de carvalho original, cobertos com tapetes de coco natural. As cortinas são discretas: da parede ao teto em tom creme, e estores brancos translúcidos onde é necessário privacidade.

Tudo isto constitui uma moldura elegante para o mobiliário e arte contemporânea que Emmanuel coleciona. No espaço convivem peças icónicas de Jean Prouvé e Pierre Jeanneret, sofás e cadeirões Chandigarh com esculturas de carneiro em pedra e bronze de François‑Xavier Lalanne. As cadeiras e mesas Standard de Prouvé surgem na sala de jantar e no escritório-biblioteca.

Para um colecionador, os objetos e obras de arte são mais atraentes do que o mobiliário — que ocupa muito espaço. “Depois de mobilado, só se acrescentam objectos e arte. A casa nunca está concluída; começa minimalista e acaba maximalista.” Aqui convivem cerâmicas de Georges Jouve e André Borderie, espelhos “sunburst” de Line Vautrin e esculturas de Alexandre Noll.

Interessado em arte contemporânea e achados arqueológicos, como obras de Miriam Cahn e Ugo Rondinone (Suíça), Emmanuel comprou, ainda, duas peças do escultor austríaco Josef Pillhofer, colaborador de Brancusi.

Quando questionado sobre a divisão favorita, Emmanuel prefere o hall de entrada. “É o que vejo ao entrar, e faz-me sentir logo em casa.” À frente, duas salas de estar; para além destas, encontram-se a sala de jantar, a cozinha com zona de pequeno-almoço, o escritório-biblioteca e o quarto com casa de banho privativa.

A biblioteca/estúdio, vibrante e repleta de livros (romances, monografias de arte e design), apresenta tons fortes nas capas e mobiliário ousado. “Não me imagino a viver sem livros. Centenas!” diz Emmanuel. A estética deste espaço combina estímulo visual com tranquilidade, refletindo a atmosfera calma e eclética de toda a casa.