Situada em Paredes de Coura, esta casa foi originalmente concebida para ser uma farmácia, por volta do ano de 1942. Com um exterior imponente, o interior perdeu a essência ao longo dos anos. Assinado por Tiago Sousa e fotografado por Ivo Tavares, o projeto de remodelação foi ao encontro de resgatar esta identidade perdida.
Projeto: Tiago Sousa / Fotografia: Ivo Tavares Studio
Localizada no topo de uma encosta, sobre a vila de Paredes de Coura. A casa, pelo local, forma e dimensão, foi desde a sua construção, em 1942, um elemento de destaque na vivência da vila. Originalmente desenhada para ser uma farmácia, cedo se destacou da arquitetura local pela sua fachada elegante e ornamentada com elementos em cantaria e pelos vãos de grandes dimensões.



Contudo, no decorrera da sua historia, o interior foi perdendo a essência, com sucessivas transformações que resultaram em espaços monótonos, divididos, pequenos, sombrios e desprovidos da grandiosidade sugerida pela fachada. O projeto que agora mostramos, procurou resgatar a identidade original do edifício, e esse desafio partiu dos clientes, conhecedores de cultura, música e design, e especialmente apreciadores de Art Nouveau, explica Tiago Sousa.





inspirando-se nos arcos metálicos e no mobiliário curvo da antiga farmácia, o arco foi reinterpretado como estrutura organizadora do novo espaço, trazendo fluidez e harmonia à habitação. No piso térreo, os arcos dividem, sem compartimentar, a sala de estar, a cozinha e a sala de jantar, criando uma sucessão de espaços interligados e dinâmicos.










O piso superior é composto por escritório, quarto de apoio, instalação sanitária e arrumos. No piso inferior, semienterrado, existem ainda dois quartos, instalação sanitária e lavandaria.







A ligação entre eles é feita por uma escada em betão revestida a madeira. É um elemento suspenso e decorativo, que se conjuga rigorosamente com a métrica imposta pelos arcos. No fim, o arco consumou-se como o elemento principal da casa, e responde ao sonho Art Nouveau tantas vezes declarado no discurso dos seus proprietários.