EXPONOR e expositores fazem balanço amplamente positivo da estreia do novo conceito de evento dedicado à fileira casa. Durante quatro dias, cerca de 3.892 arquitetos e designers de interiores, decoradores, especialistas da área hoteleira, traders e armazenistas, que são o público-alvo da feira, contactaram com as novidades e tendências de mais de 60 empresas expositoras de vários segmentos.
Chama-se Konjunto, dá expressão ao conceito de tapeçaria modular, usa restos de couro provenientes da indústria portuguesa do calçado – para evidenciar uma nítida preocupação pela sustentabilidade ambiental no processo produtivo – e foi o grande vencedor do primeiro “Prémio inPROJECTA Creative Call”.

A iniciativa, organizada pela EXPONOR – Feira Internacional do Porto sob a égide da 1.ª edição da feira inPROJECTA – Furniture, Hotel and Interior Design, com o intuito de destacar criativos emergentes (inclusive de estudantes) e projetos inovadores (que podem ser protótipos funcionais em tamanho real) nas áreas do design, da arquitetura de interiores e do artesanato, distinguiu assim o trabalho do casal britânico David Barnes e Esther Harris.
A residir no nosso País há quase duas décadas, onde têm desenvolvido uma paixão pelas artes decorativas, pelas técnicas geométricas tradicionais e pelo trabalho com o couro, David Barnes e Esther Harris desenvolveram uma forma original e versátil de transformar desperdícios industriais em tapeçarias visualmente dinâmicas, para decorar paredes e transmitir uma estética nova, com desenhos envolventes e sustentáveis.

Os designs, explicam os autores, são inovadores, não requerem adesivos (logo, são livres destes químicos) ou costuras e são completamente modulares, fazendo com que cada tapeçaria possa ser desmontada e renovada num novo padrão. Características que permitem que o trabalho seja criado em quase qualquer escala. “Desde pequenas peças, para ambientes domésticos, até grandes obras, de destaque, para átrios ou foyers de unidades hoteleiras”, por exemplo, referem os autores. Cada Konjunto é desenhado e produzido à mão no ateliê da dupla britânica, na cidade do Porto.


A inPROJECTA Creative Call pretende resultar numa sementeira de novos produtos e designs que traduzam um ADN nacional, característicos da cultura portuguesa e que sejam precursores de novas abordagens e interpretações criativas. Inclusive rompendo com o uso convencional de materiais, técnicas ou estilos visuais, e que façam, também, uso de matérias-primas sustentáveis e práticas com baixo impacto ambiental, promotores de um equilíbrio entre beleza e responsabilidade ecológica.


Tamanhos enquadramentos estiveram bem evidentes em vários espaços – como o From Concept to Creation (que congregou os conceitos de vários criadores que fazem a diferença no mundo da arquitetura e decoração de interiores) – e momentos (como o ciclo de conferências) da inPROJECTA. A exposição recebeu a visita de um total de 3.892 profissionais (arquitetos e designers de interiores, decoradores, especialistas da área hoteleira e traders) e deixou a organização com o sentimento de dever e expectativas plenamente cumpridos neste arranque do novo conceito de feira dedicada à fileira casa.


“A semente está lançada e, pelo que sentimos durante os quatro dias de exposição, e ouvimos das empresas que abraçaram este novo desafio, começou a germinar já em direção a uma 2.ª edição da inPROJECTA que, não temos dúvidas, será maior e mais diversificada, num crescimento que será gradual, mas sempre focado tanto nas expectativas dos operadores do setor como nas dos visitantes profissionais”, salienta Diogo Barbosa, diretor-geral da EXPONOR.
Empresas expositoras satisfeitas com estreia do evento
O balanço de várias empresas expositoras ao fim de quatro dias de feira parece sustentar as expectativas e pretensões organizativas.
Para Brígida Costa, responsável comercial da Umos by Jorge Moura & Carlos Costa, que atua no design de interiores desde 2000 (mobiliário, iluminação e decoração), a feira “correu bem”, significando um “bom volume de clientes” de visita ao espaço da empresa, que foi “traduzido em negócios”. “Os stands do certame contribuíram para uma estética geral apelativa, resultando numa imagem atual e clean”, precisa, manifestando vontade de voltar para a 2.ª edição da inPROJECTA.

Aurora Lobo, gerente da Portukahf, empresa de mobiliário que marcou presença para apresentar as coleções Boral, Dacau e Corbu, alinha por um diapasão semelhante. “Partimos para a feira sem formular expectativas, mas preparando devidamente a nossa participação. E a feira surpreendeu-nos pela positiva, inclusive em termos de negócios. A organização está no bom caminho, foi um bom começo e agora há que trabalhar para que a inPROJECTA cresça para um outro pavilhão na próxima edição”, referiu a responsável.
A Anaric, um dos líderes de mercado no domínio dos sofás, considera, através da CEO, Ana Carvalho, que a mostra “cumpriu as expectativas”. “Foi uma feira bem-apresentada, e viu-se que os expositores e a organização trabalharam bem”, notou.
Roberto Neto, da gerente da ClassiRibalta, outro dos líderes de mercado no mesmo segmento, reconhece ter recebido um “bom volume de clientes”, feito “negócio com vários deles” e contactos com boas possibilidades de chegar a bom porto, comercialmente falando. “A inPROJECTA é uma feira com potencial e que faz todo o sentido”, acrescentou.

“O público, todo profissional, que recebemos no nosso stand mostrou-se interessado nas propostas que trouxemos à feira. Fizemos bons contactos e sentimos que cerca de 30 por cento deles poderão vir a gerar negócios”, adiantou Manuel Bastos, gerente da Botaca – Living Concepts, que fabrica mobiliário com materiais naturais de qualidade e usa processos artesanais e mão de obra experiente desde 2001.
A Filcosta, por sua vez, com créditos firmados no domínio dos estofos, também partilhou ter conseguido efetivar vendas durante a inPROJECTA. “Fizemos o nosso trabalho de casa, prévio à presença na EXPONOR, e isso refletiu-se na quantidade de clientes que passaram pelo nosso stand. E que, pelo feedback que nos foi dado, ficaram satisfeitos com as novidades apresentadas”, apontou Filipe Costa, gerente da marca.
Na EXPONOR, a edição inaugural da inPROJECTA encerrou as portas, mas mantém-nas bem desimpedidas no centro do Porto, até final de março. Isto porque, numa emanação pop-up da feira, o Espaço Código Design – uma galeria de arte integrada num espaço colaborativo que alia a arquitetura, o design e eventos -, acolhe uma exposição de peças especiais de empresas que estiveram presentes no certame (Sociedade dos Potes, Almavina, Não Sou Rita, Pássaro de Seda, Anaric, Darono, House Frame, Botaca e Mineral Organic Crafts). Para, sob a curadoria de André Teoman, celebrar a criatividade e a identidade das marcas e criadores portugueses. No n.º 168 da Rua de Serpa Pinto.