Este apartamento, localizado no elegante bairro da Lapa, em Lisboa, é a atual morada da designer de interiores Paloma Gozalez-Espejo e da sua família.
Projeto: Paloma Gozalez-Espejo / Fotografia: Carlos Vasconcellos e Sá / Produção: Amparo Santa-Clara / Texto: Isabel Figueiredo
“Somos uma família internacional de quatro pessoas, com uma vida muito dinâmica neste bairro de Lisboa”, conta-nos Paloma. “Andamos a pé, vamos para a escola, para o ginásio, à mercearia… conhecemos bem o nosso bairro”. Alugada para alojar a família, aquando da sua mudança para Portugal, a casa está decorada “para a prática da nossa vida quotidiana e dos nossos hábitos em família”, conta-nos Paloma Gozalez-Espejo.
Com uma planta muito lógica e bem-organizada, a casa divide-se numa zona de dia e numa zona de noite, ligadas por um eixo ou corredor largo. “A zona de dia tem uma enorme sala de estar com vários ambientes”, prossegue. “O ambiente de estar, onde estão dispostos vários sofás, a zona de projeção de cinema e um terceiro ambiente apoiado pela mesa redonda para tomar chá ou escrever. “Para nós, o importante é ter uma boa luz e uma boa iluminação para poder ler, receber e estar com os amigos, trabalhar, ver filmes. Este espaço é multifuncional”.
A cozinha é espaçosa e luminosa. “Gostamos de cozinhar e de tomar o pequeno-almoço, almoçar e jantar juntos na sala de jantar. Um dos aspetos mais bonitos da casa, salienta, é, “sem dúvida, o terraço com as suas magníficas vistas sobre o Tejo e Lisboa”. Os quartos são de tamanho “razoável, mas muito elegantes” e as casas de banho são práticas e de grande qualidade, predominantemente em tons neutros. “É uma casa muito prática”, com espaço de lavandaria e engomadoria e vários terraços que são muito convenientes para as necessidades do dia a dia.
“Quando decorei esta casa, tinha acabado de chegar a Lisboa e nunca tinha vivido aqui. Sinceramente, não sabia como seria o meu estilo de vida na cidade. Optei por decorar a casa de uma forma fresca e moderna, adaptando os móveis que já tinha e não coloquei antiguidades, apesar de as adorar. Decorei esta casa para nós de uma forma prática e leve, para deixar espaço para mudanças e melhorias e para adaptar o estilo, se quisermos”.
Os móveis e as obras de arte são dos proprietários e são o resultado “da nossa história e do nosso percurso de vida”. Havia que conseguir uma decoração que fosse “moderna, fresca e leve”, embora com obras de arte e algumas pinceladas de cor, mas, ponto assente, teria de ser neutra e não comprometer a necessidade de espaço para a a vida em família. “Não queríamos viver, nesta fase das nossas vidas, num ambiente exagerado ou maximalista”.
Paloma destaca os móveis que ela própria desenhou (podem ser consultados no site da designer). “A mesa de consola Yume em carvalho maciço, a mesa de centro Yume em carvalho maciço e mármore de Carrara e a mesa de centro Yume em travertino de titânio”, aponta, “são três peças importantes da minha coleção de que me orgulho e que ficam muito bem nesta casa”.
Paloma também salienta as obras de arte do artista espanhol Manolo Valdés e da artista brasileira e grande amiga Paula Paes Leme. “A Paula tem o seu ateliê e oficina aqui na Lapa e é uma artista maravilhosa — lemeatelier.art”.
Para Paloma a combinação da boa luz natural e artificial é fundamental. “É essencial e muda tudo, por isso, uma das minhas recomendações para um bom projeto de design de interiores é concentrar-se nas funções que pretende realizar nesse espaço e na luz de que necessita para desempenhar bem essas funções”. Esta é também uma forma de dar algum protagonismo às escolhas de mobiliário, objetos e materiais. Neste aspeto, a escolha foi “o mais natural possível”: madeira, pedra, linho, algodão, lã… Por seu turno, a presença de plantas e flores “faz-me feliz e foi isso que fizemos nesta casa, rodeando-nos de objetos feitos de materiais como a madeira e o papel, de plantas e de livros de que gostamos, que nos falam e nos fazem sorrir”.
Para a fundadora do ateliê Yume Paloma – Joyful Homes, nascida em Madrid, mas com passagem pela Bélgica, as casas em que vivemos “são e devem ser espaços dinâmicos que se adaptam a nós e evoluem connosco”. A sua casa de Lisboa, acrescentar, “irá certamente mudar com novos acessórios e obras de arte e móveis que irão refletir as nossas experiências em Portugal e no mundo. Devemos sempre deixar espaço para pensar, para melhorar e para inovar. Não precisamos de ter medo de fazer algumas mudanças na casa, de vez em quando, porque nós mudamos e elas também devem mudar connosco para melhor refletir quem nelas habita”.