Por a 25 Setembro 2025

Esta é uma casa que abraça a sua história sem perder o espírito original da arquitetura modernista projetada por Oscar Mueller. A remodelação de interiores assinada pelo Estúdio Elmor, fez com que se abrisse mais para o jardim e funcionasse como espaço de encontro — para a família, para a arte e para as memórias.

Projeto: Estúdio Elmor / Fotografias: Bia Nauiack

Localizada em Curitiba, esta residência foi originalmente projetada pelo arquiteto Oscar Mueller, com uma arquitetura moderna e intemporal, pensada para dialogar com o clima tropical. A cobertura generosa protege as alvenarias das chuvas, e os detalhes construtivos permitem que a casa respire.

Décadas depois, o Estúdio Elmor foi convidado a realizar a remodelação dos interiores, respeitando a essência da casa, atualizando espaços e ligações sem romper com a sua alma original. A intervenção não impôs — apenas revelou, com mais nitidez, o que a casa já sussurrava.

A casa é também uma galeria. Mas uma galeria viva, onde arte e afeto são indissociáveis, com peças de artistas como Tomie Ohtake, Vik Muniz, Martin Chambi, Poty Lazzarotto, entre muitos outros. Ana, a moradora, coleciona histórias — e cada peça carrega uma. As paredes, como peles, revelam camadas do tempo. Entre livros, fotografias, esculturas e mobiliário assinado, o olhar encontra repouso e surpresa. A composição é maximalista, mas nunca excessiva. Tudo tem alma.

A intervenção do Estúdio Elmor reorganizou os fluxos e estreitou os vínculos entre dentro e fora.  A antiga área de serviço deu lugar a um pátio entre a cozinha e o espaço gourmet — hoje, um dos ambientes mais vividos da casa. Uma pérgola em madeira e uma cobertura retrátil oferecem sombra, conforto e flexibilidade. A vegetação envolve, respira e completa a arquitetura.

Segundo conta o Estúdio Elmor, a remodelação nasceu do desejo de acolher a vida como ela é: múltipla, fluida e afetiva. A nova cozinha tornou-se o coração da casa. Uma zona de estar mais resguardada foi redesenhada para as filhas, com autonomia e conforto.
 Os novos anexos não imitam o que existia — eles dialogam, com leveza e respeito.
 Tudo foi pensado para celebrar a permanência e o encontro.

O projeto de interiores é também curadoria. O design brasileiro ocupa, com beleza e densidade, o centro da cena. A casa é, no fim de contas, uma galeria viva, com peças de artistas como Tomie Ohtake, Vik Muniz, Martin Chambi, Poty Lazzarotto, entre muitos outros.