Francesco Balzano escolheu uma paleta de cores e materiais que ecoam a luz do Mediterrâneo, para esta casa de campo de dois andares, projetada como um refúgio tranquilo, com espaços banhados de luz e materiais naturais. Um lugar dedicado à natureza, à simplicidade e à autenticidade.
Projeto: AFTER BACH / Fotografias: Vincent Leroux
Luz suave, materiais naturais e uma elegância despretensiosa definem o espírito desta casa de campo renovada pelo estúdio parisiense AFTER BACH, fundado por Francesco Balzano. Localizada em Monfort l’Amaury, uma vila francesa com alma literária e passado aristocrático, a casa é agora um retiro luminoso e acolhedor, onde o design convida à calma e à contemplação — sempre com um toque de sofisticação silenciosa.


O cenário não podia ser mais inspirador: paredes de pedra centenárias, uma floresta à porta e vizinhanças com nomes como Coco Chanel, Colette e Charles Aznavour. Foi neste contexto que Balzano, conhecido pela sua abordagem sensível e depurada, assinou uma transformação que respeita a alma do lugar e traz nova vida ao quotidiano.




Com 150 m² distribuídos por dois pisos, a casa foi redesenhada para se abrir à luz e à paisagem. No rés-do-chão, os espaços sucedem-se: sala dupla com vista para o jardim, cozinha discreta e funcional, lavandaria e uma suíte principal com acesso privado ao exterior. No piso superior, o sótão foi reinventado com soluções práticas e encantadoras: de um lado, um escritório com quarto de hóspedes; do outro, um estúdio independente com entrada directa pelo jardim — perfeito para receber com charme ou trabalhar com autonomia.




Mas é nos materiais e nos detalhes que o projeto realmente brilha. A paleta de brancos escolhida para as madeiras provoca jogos subtis de luz, em contraste com os pisos em travertino romano polido no andar térreo e junco-do-mar natural no piso superior. Nas casas de banho, brilham os azulejos artesanais espanhóis, louças esmaltadas e torneiras inglesas vintage, que evocam uma frescura elegante e atemporal.



A zona social é dominada por uma antiga lareira que, longe de roubar protagonismo, dialoga com peças de arte contemporânea e mobiliário minimalista. Travertino, resina, linhas nórdicas e toques dos anos 50 convivem aqui num equilíbrio sereno — quase como se estivéssemos numa cabana sofisticada de férias. O toque final? Tapeçarias venezianas com padrões botânicos e animais, cuidadosamente aplicadas em armários e divisões, acrescentando textura, delicadeza e uma pitada de romance.




No exterior, o jardim murado prolonga a casa até à floresta e reforça a ligação com a história — com muros que remontam ao tempo de Ana da Bretanha e vistas que parecem saídas de um postal.


A pouco mais de uma hora de Paris, esta casa é tudo aquilo que procuramos quando o ritmo da cidade pede pausa: natural, feminina, subtil — e absolutamente inesquecível.