Barbara Dundes e o marido decidiram remodelar a sua casa, para com isso torná-la mais funcional e personalizada. O apartamento de 160 m² passou por uma remodelação completa para que refletisse a visão estética do casal.
Projeto: Barbara Dundes / Fotografia: Fran Parente / Texto: Ana Rita Sevilha
Num edifício na charmosa Vila Mariana, em São Paulo, a arquiteta Barbara Dundes e o seu marido, o engenheiro civil Marcelo Gelschyn, encontraram na própria casa a oportunidade perfeita para materializar a sua visão estética e funcional. O apartamento de 160 m² passou por uma remodelação completa que durou cerca de oito meses e resultou em ambientes fluidos, acolhedores e muito personalizados.
A intervenção foi profunda: a planta original foi reconfigurada para integrar a cozinha ao living, promovendo uma maior relação entre os espaços sociais. A suíte do casal também ganhou um novo quarto de banho, dando assim resposta a um desejo de conforto e funcionalidade.
Desde o início, a proposta era clara: explorar contrastes de texturas, tanto nos materiais como na composição decorativa. Essa escolha desdobrou-se em cada canto da casa, criando uma atmosfera rica em sensações táteis e visuais. A curadoria de peças de design assinado e o olhar atento da própria arquiteta resultaram num projeto com alma.
Logo na entrada, uma porta revestida com lâmina de nogueira recebe quem cheja com elegância. Um banco assinado por Mestre Leno dialoga com a escultura de Ascânio MMM, enquanto o tecido de parede da Quaker aquece o espaço com subtileza.
Na área social, o destaque vai para a sala integrada, onde o sofá de couro Kalós, assinado por Jayme Bernardo, contrasta com a mesa de centro em aço inox do Estúdio Alva. As poltronas MP-97 de Percival Lafer, em bouclé, e as cadeiras Del Rey, de Jorge Zalszupin, dão um peso histórico e uma elegância brasileira ao projeto. A estante laqueada em tom off-white, desenhada por Barbara e executada pela Mada Marcenaria, funde-se com as paredes. Cada peça foi escolhida ou desenhada para o espaço — como a mesa com tampo de vidro e as mesas de cabeceira, ambas da autoria da arquiteta.
Na cozinha, os armários em carvalho convivem com tampos e revestimentos em Neolith, evidenciando o compromisso com materiais nobres e elegantes.
No quarto do casal, a cama foi restaurada e ganhou um da Quaker. A cabeceira em nogueira acolhe arandelas Meia Lua, do Estúdio Orth, enquanto o papel de parede da Wallcovering, e as aguarelas de Marlene Stamm completam a cena. As cortinas em linho, da Alamanda, suavizam a luz natural com delicadeza.
Nos espaços de banho, o cuidado manteve-se: móveis em nogueira, porcelanatos da Portobello e puxadores-escultura da Fato Objetos compõem ambientes funcionais com uma assinatura marcante.