Em entrevista à Urbana, Rui e Tiago Vilaça traçam o perfil da Vilaça Interiores, falam da forma como abordam cada projeto, dos mercados onde se movem e do que está para vir.
Fundada no final dos anos 70 em Braga, a Vilaça Interiores nasceu do amor pelo mobiliário artesanal e pela criação de peças com dedicação e qualidade. Com o tempo, a paixão evoluiu: hoje, o projeto vai muito além do mobiliário, transformando casas em cenários de vida, com design funcional, sofisticação e personalidade. Com showrooms em Braga, Cascais e Algarve e projetos espalhados por Portugal e pelo mundo, Rui e Tiago Vilaça apostam num processo de trabalho centrado na escuta ativa, em soluções personalizadas e numa combinação de talento multidisciplinar.
Como nasceu a Vilaça Interiores?
A nossa história começou no fim da década de 70, quando os nossos pais fundaram um negócio de móveis em Braga. Crescemos nesse ambiente, rodeados pelo cheiro da madeira, pelo trabalho artesanal das oficinas e pelo entusiasmo de clientes que procuravam peças únicas, feitas com dedicação e qualidade. Com o tempo, descobrimos que a nossa verdadeira paixão ia além do mobiliário: queríamos transformar casas em cenários de vida, dar alma aos espaços e criar atmosferas onde o design e a funcionalidade se unem em harmonia. Assim nasceu a Vilaça Interiores, um projeto que não é apenas um negócio, mas uma forma de expressão artística, inspirada pela beleza, pela sofisticação e pelo desejo de surpreender. Hoje, 46 anos depois, olhamos para este percurso com orgulho. Vemos um sonho realizado, com showrooms em Braga, Cascais e no Algarve e projetos assinados em Portugal e nos quatro cantos do mundo.
Houve algum momento decisivo que vos levou a dar o salto para o design de interiores?
Sim. Chegou um momento em que percebemos algo fundamental: os nossos clientes já não procuravam apenas peças de mobiliário, mas sim espaços que contassem histórias, que refletissem a sua personalidade e estilo de vida. Esse insight foi a nossa maior inspiração e o que nos levou a transformar o negócio. Decidimos apostar no design de interiores de forma clara, criando ambientes com alma, harmoniosos e cheios de significado, onde cada detalhe se torna parte de uma experiência única. Para além de projetos residenciais, trabalhamos também em hotelaria, espaços comerciais, escritórios e lojas.
Como definem o vosso processo de trabalho?
Tudo começa com a escuta ativa. Cada projeto é único e nasce do diálogo com o cliente, da compreensão das suas necessidades e da forma como vive o espaço. A nossa equipa multidisciplinar — composta por arquitetos, designers de interiores, artistas 3D e criativos — colabora de forma próxima para desenvolver soluções personalizadas, equilibrando estética, funcionalidade e conforto, com atenção máxima a cada detalhe. É esta sinergia de talentos que garante que cada projeto seja exclusivo e de excelência. Na Vilaça, procuramos responder de forma integrada às necessidades de cada cliente: atuamos em projetos de decoração e renovação de interiores, mas também disponibilizamos suporte na seleção e venda de artigos de decoração, mobiliário, arte e cozinhas, diretamente nos nossos showrooms abertos ao público.
Trabalham com marcas exclusivas. Quais destacariam?
Temos o privilégio de colaborar com algumas das marcas mais reconhecidas a nível internacional, como Minotti, Poliform, Rimadesio, Molteni&C, Vitra, Fendi Casa, Cassina, Poltrona Frau, Baxter | Made in Italy, USM, Antonio Lupi, Gaggenau, Sub-Zero & Wolf, Giobagnara, Lalique, Roda e Tribù. Cada uma delas traz qualidade, inovação e intemporalidade, valores que se alinham com a nossa forma de trabalhar.
Além das marcas, a Vilaça Interiores também desenvolve design próprio? Em que áreas?
Sim. Muitas vezes, o projeto exige soluções que não existem no mercado, e é aí que entra o design próprio. Criamos peças, detalhes e soluções à medida — desde mobiliário a iluminação, tapetes, revestimentos de paredes e elementos decorativos — sempre adaptados ao espaço e à personalidade de cada cliente. Esta abordagem permite-nos potenciar ao máximo a criatividade da nossa equipa, inovar com liberdade e explorar novas combinações.
Há algum projeto que gostassem de destacar por ter sido um desafio especial?
O projeto The Lince Santa Clara, no Mosteiro de Santa Clara em Vila do Conde, destacou-se pela complexidade envolvida na recuperação de um edifício histórico, fundado há mais de 700 anos, e na sua transformação num hotel de cinco estrelas. Foi um desafio, mas também uma das nossas maiores fontes de inspiração. Outro projeto que gostaríamos de destacar é o One Green Way, condomínio de luxo localizado na Quinta do Lago, no Algarve, que nos marcou pela exigência e pelo nível de detalhe que quisemos proporcionar a cada cliente.
Quem é o vosso público?
Atuamos sobretudo no segmento de luxo, desenvolvendo projetos tanto para clientes particulares como para o setor comercial e hoteleiro. O nosso público valoriza qualidade, personalização e design intemporal. Entre os nossos clientes encontram-se empresários, políticos, atletas e artistas de renome, cuja privacidade respeitamos e preservamos sempre.
E o que vos distingue?
O que nos distingue é a forma como combinamos o legado da nossa família, ligado ao fabrico de mobiliário, com uma abordagem contemporânea e personalizada. Não seguimos fórmulas pré-definidas: procuramos soluções únicas, feitas à medida de cada cliente e de cada espaço. Além disso, a nossa equipa viaja regularmente para estar a par das tendências, participar em formações e exposições de design e viver experiências internacionais, o que nos permite trazer inovação, sofisticação e conhecimento atualizado para cada trabalho. Costumamos dizer, em tom de brincadeira, que ser um bom designer de interiores é como ser um bom cozinheiro: precisamos de ingredientes de qualidade — neste caso, peças de qualidade —, mas é a forma como os combinamos que torna o resultado verdadeiramente inconfundível.
Em que mercados a Vilaça Interiores se move atualmente?
Temos uma presença consolidada em Portugal, com projetos de referência em Braga, Porto, Lisboa e Algarve. Mas a nossa atuação vai hoje muito além das fronteiras nacionais. Estamos presentes em mercados internacionais como Espanha, França, Alemanha, Inglaterra, Angola, Qatar, Emirados Árabes Unidos (Dubai) e Estados Unidos (Nova Iorque). Cada um destes destinos trouxe desafios únicos e enriquecedores, reforçando a nossa visão cosmopolita do design. Assim como cada cliente é único, cada mercado tem as suas especificidades, e para nós é fundamental conhecer e respeitar a cultura de cada lugar antes de desenvolver qualquer projeto.
Olhando para o futuro, o que está para breve?
Queremos continuar a expandir a nossa presença em Portugal e internacionalmente. Já contamos com showrooms em Braga, Cascais e no Algarve, onde, até ao final do ano, vamos inaugurar o nosso segundo espaço na região. Paralelamente, vamos reforçar as parcerias internacionais, investir cada vez mais no nosso design próprio, abraçar projetos de grande escala — desde hotéis a residências de luxo — e aumentar a nossa equipa, contratando talentos que partilhem a nossa visão e paixão pelo design.
Se tivessem de resumir a filosofia da Vilaça Interiores numa frase, como seria?
Transformar espaços em experiências únicas e pessoais, onde cada detalhe faz a diferença.