Até ao próximo dia 31 de maio de 2025 o Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, tem patente a exposição “Rumo ao Infinito – Vista Alegre, 200 anos de criatividade”. A mostra é composta por mais de 400 peças que entram num diálogo fluido entre passado, presente e futuro, sempre com a arte como pano de fundo.
Fotografias: LionelBalteiro | LaMousse
Em ano de celebração, a Vista Alegre reúne um acervo ímpar num dos espaços mais emblemáticos de Portugal. A exposição “Rumo ao Infinito – Vista Alegre, 200 anos de criatividade” onde se celebram as várias criações da marca ao longo da sua existência tão rica em história e cultura, está patente no Palácio Nacional da Ajuda até 31 de maio de 2025.
Todo o trabalho de Museologia e Curadoria foi elaborado por Filipa Oliveira e Anísio Franco, com consultoria da Diretora do Museu Vista Alegre, Filipa Quatorze, o que foi decisivo para que as mais de 400 peças expostas entrassem num diálogo fluido entre passado, presente e futuro, sempre com a arte como pano de fundo. Arte essa que nos chega também através dos olhos da conceituada artista plástica britânica Clare Twomey e da instalação artística Continuum, realizada especificamente para esta ocasião numa homenagem à Fábrica e ao primado da qualidade subjacente à Vista Alegre.
Ao longo das salas que albergam esta exposição, o P 06 Studio, sob a direção criativa de Nuno Gusmão, responsável pelo projeto expositivo e pelo design de comunicação, criou todo o ambiente enquadrado na visão criativa da Vista Alegre. Assim, na Sala D. João IV, que antecede a exposição, o visitante inicia o seu percurso numa abordagem lifestyle da Vista Alegre, com mobiliário, iluminação, têxteis, cutelaria, cristal e, claro, muita porcelana, sendo possível ver várias peças contemporâneas que apontam para o caminho futuro da marca.
A exposição começa na Sala dos Embaixadores, uma das mais imponentes do Palácio, apresenta uma narrativa cronológica que revela o génio artístico da Vista Alegre em todos os momentos da história da marca, para os quais o primado da qualidade foi sempre capital. São destacadas peças, mestres de pintura e escultura, experiências, formas e decorações icónicas que marcaram a sua história e muitas gerações. Uma leitura que revela uma fábrica em muitos momentos à frente do seu tempo, inventando um futuro e abrindo caminho para as gerações vindouras.
Além das cerca de 400 obras históricas selecionadas foram também escolhidas centenas de peças em “chacota” (só com uma primeira cozedura), demonstrativas da escala de produção da Vista Alegre e, em simultâneo, homenageando todos aqueles que, ao longo de 200 anos, dedicaram parte da sua vida para manter viva esta empresa que faz parte do consciente coletivo nacional. Destas cerca de 400 peças podemos destacar a raríssima “Chávena com Pires”, com decoração a ouro e rosa, ostentando medalhões policromados com “figuras alegóricas”, tendo o medalhão central a legenda “D. Izabel Maria”.
Passando por uma ala onde os visitantes podem assistir a vários conteúdos em vídeo, finaliza-se esta viagem noutra sala grandiosa do Palácio, onde se destaca a instalação Continuum, de Clare Twomey, que confronta o visitante com o início de tudo – a matéria. Uma cascata de barbotina invade a Capela, terceira e última sala desta exposição, onde o visitante é convidado a ouvir e admirar o som, o brilho e a fluidez da porcelana em estado líquido. Enaltecendo os artesãos que fizeram e fazem parte da história da marca, os visitantes poderão apreciar a arte do trabalho da Manufatura da Vista Alegre através da presença de um(a) pintor(a) que estará, ao vivo, a executar a sua arte.
E como não há celebração sem música, toda a exposição terá como tema de fundo a composição especial de Rodrigo Leão, “Valsa Alegre”, para a celebração do bicentenário.