Por a 23 Outubro 2024

A nossa casa é o nosso refúgio. Quem o defende é Cláudia Soares, que assina o projeto de interiores deste apartamento em Alvalade. Com ambientes equilibrados e desenhados para esta família em particular, a designer de interiores mostra como uma casa pode e deve ser a continuidade da história de quem nela habita. As fotografias são de Gui Morelli.

Projeto: Clo Soares Design de Interiores / Fotografia: Gui Morelli / segundo memória descritiva

Cláudia Soares, que assina o projeto deste apartamento T3 em Alvalade, Lisboa, diz que o mesmo “expressa as caraterísticas elementares de um lar, composto por zonas calmas e sossegadas, pensadas para a vida familiar, bem como áreas de recepção, que são abertas e acolhedoras“. Nesta casa, explica, vivem pais e filhos. Há amor, há brincadeira, há família mas também se trabalha.

Na entrada, explica-nos, existe um biombo de ripas verticais desenhado para o efeito pelo atelier, e que foi ali colocado para criar um hall acolhedor, sem ser fechado, permitindo a passagem de luz mas mantendo a privacidade da sala.

A sala, onde a maior intenção foi conseguir uma identidade própria e privacidade, funciona no conjunto dos espaços como um cartão de boas-vindas. O ambiente está dividido em três espaços, nomeadamente a zona de refeição, zona de televisão e a zona de leitura/lounge.

Na zona de refeição, foram escolhidos mobiliário leve, tecidos claros e tapete em tons neutros. Mas para contrastar com toda a neutralidade do espaço, foram colocados candeeiros Link suspensos, da Lzf Lamps, em madeira, com a intenção de se tornarem peças com maior dinamismo e conferirem movimento ao espaço.

Na zona de estar, o sofá e o tapete são igualmente em tons neutros. Para este ambiente, Cláudia Soares aproveitou cadeiras de família que foram tratadas e novamente estofadas e o móvel de televisão,  de desenho original, esconde os aparelhos eletrónicos, através do efeito ripado horizontal na sua frente.

Na continuação do móvel, num dos lados, existe uma abertura para a colocação de dois poufs de apoio, oferecendo assim mais zonas de assento. Nas costas do sofá, foi criada uma outra zona, de leitura e de descanso, com uma chaise-longue, um enorme quadro em destaque e um aparador vintage de coleção.

Cláudia Soares defende que a casa é uma continuidade da história das pessoas que a habitam e por isso mesmo, neste apartamento sugeriu aproveitar uma das paredes para fazer uma galeria, baseada em diferentes fotografias das crianças e da sua evolução. “Defendemos sempre que as paredes têm que ter vida, não precisamos de colocar quadros definitivos, podemos fazer paredes com fotografias e desenhos das crianças que vão sendo alterados ao longo dos tempos. A casa é nossa e é para ser vivida por nós!“, sublinha.

No que diz respeito ao projeto de interiores, Cláudia Soares refere que o local com maior intervenção ao nível da remodelação foi a suite principal, onde foi feita a junção de dois quartos depois transformados numa suite única, com closet. E porque nos dias de hoje, o mundo do trabalho implica também trabalharmos em casa, foi aproveitado um nicho de um anterior roupeiro e criada uma zona de trabalho discreta, com iluminação embutida e características de escritório, sem alterar a aparência do quarto.

Arrumação é palavra de ordem nos quartos das crianças, por isso, a designer enquadrou esta função em todo o ambiente. Para o quarto do menino – que adora pintar e saber a história do mundo -, foi escolhido papel de parede com o mapa mundo. A cama encostada à parede dá mais amplitude ao quarto e mais espaço para brincar. As prateleiras para os carros são uma forma de decorar com arrumação e estão colocadas à sua altura para conseguir brincar e arrumar. O facto de terem sido colocadas no hall da entrada do quarto, serviu para aproveitar melhor o espaço e ser um fantástico pormenor decorativo.

O quarto da menina foi baseado numa cabana. Neste ambiente foi criado um efeito de fantasia, aliando a forma da cama ao mundo dos sonhos.

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