Por a 23 Outubro 2024

Engenheira do Ambiente formada pela Universidade Nova de Lisboa, Paula dedica parte do seu tempo às artes plásticas, paixão antiga que a acompanha desde 2004, assente no talento, mas também nos anos de estudo e de prática.  

Texto: Isabel Figueiredo

Conta-nos ter, desde cedo, apetência para artes e manualidades. Em paralelo com o seu trabalho, fez artesanato, coleções de roupa, bijuteria, peças em crochê, entre outras.  Em 2004, a pintura despertou o seu interesse e Paula fez um curso de pintura a óleo que durou alguns meses. Em 2009, reuniu um grupo de amigas que a cada dois sábados por mês se juntavam, na casa de uma delas, para pintar. “A dona da casa tinha formação na ArCo e era a nossa orientadora. Entre cafezinhos e muita conversa de amigas, fomos aprendendo a utilizar o óleo para sessões de exploração e experimentação, cada uma à sua medida e interesse. O grupo durou cerca de 8 anos, até a nossa amiga mudar de casa. Depois comecei a explorar sozinha outras ideias”. 

Com a pandemia, tudo ganhou outro interesse. “Os óleos eram desagradáveis, para quem está fechada em casa, e ao encontrar uma caixa de aguarelas da minha filha decidi começar a experimentar esta técnica. Consegui ‘fugir’ de casa para ir comprar bom papel de aguarela e alguns acrílicos e passei dos formatos pequenos para as aguarelas e acrílicos com outras dimensões”. De vez em quando, Paula oferecia uma peça a uma amiga e os elogios sucederam-se.  

Gosta sobretudo de trabalhar cor. A inspiração, essa, vem muito do mar, da natureza, das pessoas… “Costumo ir regularmente para Cabanas de Tavira e adoro a Ria Formosa, as cores, as aves e pássaros, os pescadores, as conchas, os barcos. É uma das minhas fontes de inspiração para a cor e temas. É também uma prática que alivia muitíssimo o stress da minha atividade principal — tenho uma agência imobiliária há alguns anos”. Apesar de sempre ter pintado em tela, Paula Vandame trabalha hoje sobre papel. “Um quadro bem emoldurado pode ter um impacto diferente numa decoração, área que sempre adorei e que tenho pena de não ter seguido”. Paula também pinta acrílico sobre tela e, diz-nos, “quando tiver mais tempo, penso que voltarei ao óleo”.  

Impulsionada pelos amigos, decidiu mostrar alguns dos seus trabalhos em setembro de 2023. Por sugestão de outra amiga, encontrou o espaço ideal para o fazer. “Reuni no Cowork Cascais 41 quadros e, felizmente, voltei para casa com apenas cinco. Foi muito surpreendente, fiquei superfeliz”. 

Este ano, Paula prepara-se para uma segunda mostra, na Junta de Freguesia do Estoril — no dia 13 de dezembro. Esta é, na verdade, a concretização de uma parte de um sonho. A oportunidade de mostrar, pela primeira vez, “as criações, que me dão tanto prazer”. Mas o sonho fica completo quando, um dia, Paula se dedicar apenas à pintura. “Tenho 62 anos, já trabalhei muito. Primeiro na minha área de engenharia e gestão de projetos e desde 2008 na mediação imobiliária, agora com a minha própria agência”. Casada há 30m anos com um francês, formador internacional e velejador, mãe de dois filhos, de 30 e 28 anos, ambos a viveram fora do País, Paula divide-se entre o Estoril e Cabanas, lugares especiais, sempre com o mar por perto. 

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