Por a 5 Setembro 2024

Em Santa Severa, Itália, uma casa à beira-mar revela como as  diferentes superfícies e materiais criam um diálogo com o contexto. O projeto é assinado pelo arquiteto Daniele Marcotulli.  

Projeto: Daniele Marcotulli  / Fotografia: Eller Studio / segundo memória descritiva

A Casa Luz está situada num complexo de moradias não muito longe da praia de Santa Severa, em Itália. Foi concebida como uma casa à beira-mar com o conforto de uma residência principal e o encanto das férias à moda antiga, para desfrutar mesmo fora de época e partilhar com a família e os amigos.

O projeto focou-se na procura de uma continuidade com o contexto natural e o mar, escolhendo a luz natural como ferramenta narrativa e testando-a com superfícies e materiais sempre diferentes, brilhantes e opacos, lisos e ondulados, ásperos e macios. “Para realçar as suas características, impregnámos os ambientes com os elementos do lugar: os flashes de luz, os contrastes entre a claridade da água e a opacidade da areia, o calor da madeira trazida para a costa pela corrente”, explica Marcotulli.

A casa está organizada em três pisos, e cada um deles estabelece um diálogo com o exterior: no rés do chão, uma cerâmica brilhante, em tom de verde, é consonante com as cores do jardim.

No primeiro andar – entrada e zona de estar – é antes um azulejo desenhado em azul e branco que domina o cenário, uma superfície de brilho iridescente, em homenagem à ondulação do mar. A zona de dormir, no segundo piso, é marcada pelo azul intenso, evocando a cor do céu.

Um elemento constante nos três pisos é o tijolo de vidro, utilizado num formato retangular disposto verticalmente, para distinguir as funções, separar as divisões e criar jogos de luz: transparente no rés do chão para valorizar a relação com o jardim, âmbar na sala de estar para desenhar um pano de fundo cénico e filtrar a entrada e a cozinha, turquesa opaco ao nível dos quartos, para separar os dois chuveiros e iluminar a casa de banho sem janelas.

Outro material é a madeira de carvalho manchada, que contribui para dar familiaridade às divisões, e caracteriza a parede curva da lareira e os acabamento, portas e roupeiros.

A chapa metálica ondulada é escolhida para revestir o bloco de casas de banho do primeiro andar, criando assim uma sucessão de concavidades e convexidades, ainda mais realçadas pela luz.

Concluindo, Marcotulli diz que  “o projeto de renovação permitiu também valorizar o rés do chão, fundindo as potencialidades de um espaço com pé-direito muito baixo com a vontade de atrair o olhar para o exterior, na direção de um jardim que é uma sala exterior antes mesmo de ser um escoadouro natural”.

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