Por a 18 Julho 2024

Projetado pela arquiteta Marina Vilaça, do MBV Arquitetura, este microapartamento de 24m2 é a nova morada de uma advogada na casa dos 50 anos, que procurava um espaço pequeno, prático e funcional para se instalar.

Projeto: MBV Arquitetura / Fotografias: Lilia Mendel / segundo memória descritiva

Uma advogada que também é ceramista, comprou este microapartamento de 24m2, em péssimo estado, no mesmo prédio onde já morava, para investimento. Pouco tempo depois, mudou de ideias e decidiu fazer uma remodelação completa para viver no mesmo. Foi quando entrou em cena a arquiteta Marina Vilaça, recomendada por amigos em comum.

“Na altura, a cliente contou-me que viajava muito e que por isso, preferia um apartamento compacto, prático e fácil de manter e limpar”, explica Marina. “Para além da remodelação total, a cliente pediu marcenarias multiuso, com espaço de arrumação, e um sofá-cama, em vez de uma cama, porque queria ter uma zona livre junto da janela para fazer exercício”, acrescenta.

Antes da remodelação, na entrada do apartamento havia uma bancada com uma cuba minúscula e um espaço para um fogão de uma boca, que funcionavam como cozinha, seguida de um corredor estreito, sem qualquer utilidade. A casa de banho  original tinha um formato mais quadrado e o quarto era dividido por um pórtico que delimitava a área de dormir e uma pequena sala.

A arquiteta demoliu tanto o pórtico (para criar um espaço único) como a casa de banho, que foi reconstruída num formato retangular estreito, permitindo assim que o hall de entrada do apartamento fosse alargado para instalar, de um lado, uma mini lavandaria (com máquina de lavar e secar e bancada de apoio, com armário) e, do outro, uma parte da nova cozinha. “Embora a cliente não cozinhe com frequência, pediu um espaço mais confortável para realizar esta tarefa”, diz Marina. Já a outra parte da cozinha, com bancada para cooktop, forno multiuso e airfryer, ocupou o espaço do antigo quarto.

De uma forma geral, o conceito do projeto procurou criar um lar minimalista, com formas arredondadas para o melhor aproveitamento da circulação, a exemplo da parede curva da casa de banho, que possibilitou a instalação de uma bancada maior na cozinha.

Na decoração, que segue o estilo japandi – uma tendência de design de interiores que combina a simplicidade e a elegância da estética japonesa com o conforto e o aconchego do design escandinavo -, Marina selecionou móveis compactos multiuso, tapetes e candeeiros novos que dialogassem com as cerâmicas, itens de coleção e lembranças de viagens da cliente. “Quando está aberto, o sofá-cama fica com as mesmas dimensões de uma cama de casal.  Já os banquinhos também podem ser usados como mesinhas de apoio”, explica.

Toda a marcenaria foi desenhada por medida pela própria arquiteta (em tom de areia na parte superior e madeira clara na parte inferior), com compartimentos específicos para arrumar desde vestidos de festa a equipamentos de ginástica e tábua de passar a ferro.

Como a cliente adora cinzento e branco, Marina apresentou-lhe uma paleta cromática em tons quentes de areia, verde e caramelo, para complementar o cinza e deixar os espaços mais acolhedores, luminosos e alegres. 

Como a casa de banho é o único ambiente isolado por paredes, o seu volume foi destacado, na parte exterior, com uma tinta na cor verde azeitona. Os materiais usados nos estofamentos, almofadas e cortina vão do linho à palha, passando pelo algodão e couro, com texturas naturais que conferem aconchego e acolhimento. No pavimento foi usado o mesmo porcelanato no padrão granilite.

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