Revestida de cortiça, a casa ergue-se diante das vistas desimpedidas que a rodeiam, e a pala, que pousa no seu topo, parece prolongar a linha do horizonte. Um projeto assinado por Mário Alves e fotografado por Ivo Tavares, onde luz e sombra dançam harmoniosamente entre os elementos arquitectónicos, criando um espetáculo único a cada hora do dia.
Projeto: Mário Alves / Fotografias: Ivo Tavares Studio / segundo memória descritiva
Situado num terreno isolado com um ligeiro declive, este projeto teve como base o desenvolvimento de uma habitação unifamiliar. Como tal, face ao contexto do lugar, uma das premissas passou por absorver e explorar as características do terreno, tirando proveito da sua excelente exposição solar, das suas vistas desafogadas e do skyline provocado pela vegetação.
O terreno, de forma retangular e ligeiramente inclinado, convidava a um desenho simples, de traço contínuo. Assim, o desenho da proposta passou por criar uma plataforma, como se de um pódio se tratasse, onde os volumes que compõem o programa da habitação se organizam e se dispõem perante a plateia, ou seja, as vistas desafogadas.
Os volumes organizam-se de forma a que, os espaços internos se prolonguem para o exterior através dos grande planos de vidro que limitam o interior/exterior. Desta forma, a sensação de espaço, acaba por ser uma interpretação entre o que podemos percorrer/apalpar fisicamente e o que podemos percorrer visualmente.
Na organização da habitação, a parte social é o elo de ligação entre a rua e a zona privada da casa, tornando as áreas de percurso em áreas de estar. A zona privada da habitação desfruta da exposição solar e da privacidade de um espaço reentrante na organização dos volumes.
De forma a personificar a linha do horizonte no desenho do projeto, foi criada uma linha, com expressão, sobre os volumes programáticos. Este desenho assume a função de cobertura/pala que vem dinamizar e controlar a exposição solar.
A materialidade da construção é característica do local. A cortiça como elemento compositivo nos desenhos dos alçados assume-se como material natural em harmonia com o verde da envolvente.