Por a 23 Maio 2024

Adquirido no final de 2021, este T1+1 foi alvo de uma remodelação total para receber uma jovem em início de carreira. A sua localização e o pequeno jardim, asseguram a quem aqui habita uma experiência de cidade, mas também um espaço luminoso e muito versátil.

Texto: Isabel Figueiredo / Fotografia: Mafalda Pombo Lopes / Produção: Amparo Santa-Clara

Fica numa paralela à Rua das Janelas Verdes, junto ao museu de Arte Antiga de Lisboa, e logo à primeira vista evidenciava sinais de cansaço. Havia que repensar a sua organização, atualizar os materiais e substituí-los por outros, adaptados a uma nova vida, encontrar novas soluções que o deixassem mais versátil e funcional.

“A casa encontrava-se habitada, mas em muito más condições”, conta-nos Ana, a sua proprietária. “Fiz uma remodelação total, que envolveu mudar o layout da casa, trocar a localização da cozinha e da casa de banho, levantar o chão para colocar um novo piso de madeira, colocar novos tetos isolados com lã de rocha, novas paredes, portas e armários, fazer uma cozinha e casa de banho novas, substituir as janelas…”. Em suma, prossegue, “fazer uma casa completamente nova, com um pequeno jardim nas traseiras  — onde apenas havia um terraço, desprovido de encanto ou interesse —, e equipá-lo com armários encastrados, cheios de arrumação, distribuídos por toda a casa”, equipamentos escolhidos com atenção às questões estéticas, “mas também com o foco na questão da eficiência energética, caso do ar condicionado encastrado nos tetos, da bomba de calor, ou da máquina de lavar e secar combinada com o estendal exterior, que ficou completamente escondido”.

O T1+1 é hoje composto por um quarto e um closet-escritório. A sua entrada faz-se pela zona social, que inclui a sala de estar, jantar e cozinha, viradas a sul, com uma janela debruçada sobre o jardim do museu de Arte Antiga e o rio Tejo. A meio da casa, há um corredor que faz a divisão para a zona privada da casa; do lado esquerdo desse corredor, ficou localizado um armário-lavandaria e, do lado direito, ficou alojada a casa de banho com uma janela colocada na zona do duche, que permite, assim se desejando, ver o quarto e o pequeno jardim ao fundo.

A seguir ao corredor fica o quarto que liga a um pequeno closet e ambos dão acesso ao pequeno jardim privado, com um muro alto que o resguarda dos olhares alheios, assegurando à sua moradora a necessária privacidade, mas também toda a segurança, sem ligações à rua. “Embora estado virado a noroeste, as janelas altas dessa zona da casa permitem receber uma luz excecionalmente bonita do closet e jardim, sobretudo ao final da tarde”.

Toda a decoração é da responsabilidade da proprietária e foi feita com o recurso a peças que já estavam na sua posse, algumas delas adquiridas em leilões e outras feitas por si própria. “Tudo muito simples, porque seria a primeira morada da minha filha e o espaço é pequeno e teria de ser bem aproveitado e funcional”. A madeira e o branco das paredes, as várias entradas de luz por via dos rasgos nas paredes e o pequeno jardim, bem como a harmonia entre tons e texturas harmonizam com este objetivo.

A madeira, a pedra e a tinta especial aplicada nas zonas húmidas, mas com acabamento semelhante ao das restantes paredes, refletem um trabalho cuidado e muito critério na remodelação do apartamento. “Optei por poucos materiais, mas os escolhidos são nobres e quentes, passam a sensação de acolhimento e conforto, porque tão pouco queria misturar muitas texturas numa casa tão pequena”, diz-nos Ana. A opção da madeira no chão teve ainda uma outra função, a de “criar uma caixa de ar que, com a drenagem adequada, me desse garantias de que não teria os problemas de infiltrações que por vezes surgem nos rés-do-chão, para além da sua beleza natural, importante contributo”.

Por seu turno, a localização, a vista, o espaço exterior e “o facto de permitir a um casal trabalhar em casa em simultâneo com vista de rio e ou jardim — estando um na sala e outro atrás, no escritório, junto ao jardim —, a decoração quente e a quantidade e a qualidade da arrumação, que permitem num espaço tão pequeno viver confortavelmente e receber um razoável número de pessoas para jantar e confraternizar, — até oito pessoas — com conforto” são alguns dos seus atrativos. “Além disso” remata, “o facto de se tratar de um rés-do-chão também pode ser uma vantagem para moradores com dificuldades de mobilidade, um dia em que a minha filha decida sair e procurar uma casa maior”.

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