Por a 13 Março 2024

Nesta casa, a sofisticação foi conseguida através da simplicidade do desenho. Entre a arquitetura moderna e uma estética que espelha o estilo de vida dos seus moradores, nesta residência menos tornou-se mais, sem atingir resultados extremamente minimalistas.

Projeto: Piúna Arquitetura / Fotografia: Manuel Sá / segundo memória descritiva

Esta é a história de um casal que queria uma casa para a reforma. Uma casa onde pudessem viver confortavelmente, e onde pudessem receber a família e os amigos, cozinhar e contemplar o espaço ao ar livre.

O escritório Piúna Arquitetura foi chamado para materializar estas ideias numa casa térrea, com um programa extenso, que aproveitasse da melhor forma a luz natural e que, ainda que entre muros, criasse ambientes de contemplação do exterior.

Para dar resposta aos desejos dos clientes, os arquitetos começaram por integrar as áreas de lazer interiores e exteriores.

O núcleo central da casa foi desenhado como uma planta livre, debaixo de uma laje de betão aparente que unifica todos os ambientes e que promove o convívio próximo de todas as atividades que ali acontecem.

Esta zona, que é também o coração da casa, abre-se para a piscina e para o seu deck, que se projetam como uma continuidade do interior.

Na cozinha, funcional e discreta, destaca-se a generosa ilha central. Repleta de armários embutidos, tem uma porta mimetizada na marcenaria com acesso direto à área de serviço. Possui uma ampla abertura de vidro, que possibilita ventilação e iluminação natural e está ligada ao corredor lateral da residência, dando acesso à fachada principal e à piscina. Ao longo de todo o corredor há uma floreira suspensa para que os moradores possam manter a relação com a vegetação e cultivarem sua própria horta.

O escritório é um espaço de uso pontual e a pedido dos clientes é um lugar que proporciona foco e funcionalidade. Nesse sentido, materializou-se num corredor com uma bancada horizontal e iluminação zenital, que facilita o uso durante o dia e proporciona a contemplação do céu durante a noite.

No lado leste da casa, ficam os quartos e também estes gozam de um acesso direto pelo jardim e de uma boa exposição solar logo pela manhã. Um corredor com diversas portas, que esteticamente pode parecer apenas um local de passagem, com aberturas, dá-lhes acesso. Uma grande clarabóia, proporciona a iluminação natural permanente, durante todo o dia. Um painel de madeira ripado, mimetiza todas as portas, criando uma horizontalidade contínua e uniforme, capaz de inclusive confundir os moradores, sobre onde existe ou não porta.

A suite principal é o refúgio do casal dentro da casa. Localizada na extremidade do terreno, permite que o ambiente fique o mais longe possível das áreas comuns, isolado do barulho.

De estilo modernista e assumindo soluções contemporâneas, ao nível dos materiais valorizaram-se os naturais e intemporais e os que “envelhecem” bem. Assim sendo, o betão aparente, a madeira e a pedra natural foram os eleitos como principais e a sua relação com o paisagismo foi de extrema importância.

A intenção, explicam-nos os autores do projeto, foi a de repetir tons neutros, que estão presentes na natureza, que dialogam entre si e que estruturam uma base sólida e intemporal, permitindo assim que os objetos e mobiliário possam variar com o tempo e estar sempre em harmonia com a arquitetura.

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