Por a 12 Janeiro 2024

A PBP DECOR, equipa de arquitetos e designers, assina o projeto desta casa, fruto da vontade de três amigos, que desde há 25 anos passam férias neste local. Uma forma de viver o Slow Living da região em ambientes requintados, acolhedores e ricos em personalidade e conforto. 

Projeto: PBP DECOR / Fotografia: PBP DECOR / segundo a memória descritiva

Materiais estruturais, decorativos e peças selecionadas, de grande qualidade, na sua maioria de aspeto mais cru, natural e rústico, e sempre que possível, reciclados e reutilizáveis, estão na base dos ingredientes de sucesso da casa na Costa Vicentina. Inspirada pela proximidade de uma antiga fortificação muçulmana e do oceano, a casa é um refúgio confortável e descontraído, onde se pode usufruir da tranquilidade e serenidade características desta região do Algarve. 

São 156m2 de área útil, totalmente renovados, numa estrutura que se queria simples e prática, de decoração funcional, com o conforto essencial para uma vivência familiar em pleno convívio e harmonia com a calma paisagem envolvente. O projeto desta casa (adquirida, em 2022, por três sócios e amigos), tinha como principais premissas a transformação do espaço em alojamento para estadias de curta/média duração. 

Era fundamental recorrer a materiais resistentes e de fácil manutenção, que resultassem num ambiente acolhedor, luminoso, descontraído mas elegante — um convite perfeito para uns dias de descanso. 

O projeto foi entregue à PBP numa base de total confiança por parte do cliente, que idealizava a intervenção de forma integrada e global: desde a arquitetura de interiores, desenho de mobiliário, até à decoração e montagem, num regime de “chave na mão”. 

A casa térrea, agora com três suites, transformou toda a zona social num único espaço, que permite aproveitar o ambiente num contexto familiar, desde a quem utiliza a cozinha, com uma apreciável ilha, a quem relaxa na zona de estar, passando por uma ampla mesa de refeições, que une toda esta zona e estimula a partilha de conversas e o prazer das refeições. 

O hall de entrada faz a divisão da área comum com a zona privada, através de um corredor que faz a distribuição para os quartos. Na comunicação com o exterior — a pérgula, com zona de refeições e estar, a piscina e o jardim envolvente —, assim como no aproveitamento da luz natural, houve a preocupação especial em garantir uma sensação de conforto e bem-estar. O projeto focou-se, em todas as fases, na qualidade dos materiais e peças selecionadas, apostando sobretudo em materiais de aspeto mais cru, natural e rústico. A remodelação foi feita de acordo com os métodos de construção tradicionais da região. 

O projeto enfrentou três importantes desafios estruturais: 

Na construção inicial, com três quartos, apenas um era suíte. Existia, apenas, mais uma instalação sanitária que servia os restantes dois quartos e toda a habitação. O cliente não quis alterar a estrutura exterior, pelo que, de maneira a criar mais duas instalações sanitárias, houve a necessidade de reorganizar o layout do núcleo dos quartos. 

Por seu turno, havia que tornar a zona social mais ampla, em open space, tendo sido para isso necessário mudar a cozinha para uma área onde antes existia uma zona de arrumos, levando à demolição de todas as paredes interiores existentes. Este era um dos princípios do cliente: ter um generoso espaço social com comunicação direta entre as diversas zonas e com a pérgula no exterior. 

O terceiro desafio, também evidenciado na zona social, consistiu em aumentar o reduzido pé direito. Assim, o coletivo optou pelo aproveitamento do telhado, em águas furtadas, em todo o espaço de estar e jantar, criando um teto com duas águas, com revestimento interior e vigas em madeira, uma estrutura típica desta zona do Algarve. 

A estrutura da casa serve de base neutra e depurada para toda a decoração, quer nos tons escolhidos (paredes e portas lacadas à mesma cor), quer nas texturas usadas. 

Os elementos que compõem a decoração seguem essencialmente três tons principais contrastantes, que são o tema de cada um dos três quartos: azul índigo, verde sálvia e terracota. Ainda no que toca à decoração, muitos dos grandes objetos utilizados são recuperados ou feitos à medida. 

Também as obras de arte seguiram a mesma lógica. Assim, todos os quadros e esculturas ficaram a cargo de um artista plástico português, que fez as peças especificamente de acordo com o conceito e tons do projeto de decoração. O resultado foi uma simbiose perfeita entre arquitetura, decoração e arte. 

Desde a primeira reunião de briefing com o cliente, ficou claro que o projeto deveria reduzir, ao máximo, o seu impacto ambiental. Houve, como tal, a preocupação de recorrer à energia solar, uma vez que a Costa Vicentina é caracterizada pelo clima solarengo. De forma a reduzir a pegada ambiental, foi prioritário procurar peças em fabricantes e artesões portugueses, uma vez que o mobiliário, iluminação e alguns objetos foram desenhados pela PBP DECOR e feitos exclusivamente para este projeto, conferindo-lhe uma identidade única. 

Para além dos muitos materiais naturais escolhidos, o ateliê optou por madeiras recicladas, pela recuperação de móveis antigos e a reutilização de portas existentes. Mesmo alguns objetos decorativos ganharam uma nova vida, partilhando uma história de longos anos num novo contexto. 

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