A Casa do Alentejo comemora o seu centenário este ano, e para assinalar a data tem uma vasta programação cultural. Se não conhece esta pérola da Rua das Portas de Santo Antão, este é o momento para o fazer.
Fotografias: Casa do Alentejo
Fundada em 1923, a Casa do Alentejo nasceu com a objetivo de criar uma Liga que reunisse a “colónia alentejana em Lisboa”. Cem anos volvidos, tem um papel ativo na discussão dos problemas actuais que a região enfrenta e desempenhou ao longo da vida, um importante papel em prol da Cultura e do Associativismo.
O Palácio onde se insere, é uma referência na cidade. Diz-se que foi construído, possivelmente, nos finais do século XVII, e sofreu profundas modificações no princípio do século XX.
Da sua história mais antiga sabe-se que pertenceu a uma família aristocrática – os Paes de Amaral (Viscondes de Alverca) – de quem adoptou o nome e o título de Palácio Paes do Amaral ou Palácio Alverca. No início do século XX foi alugado a uma empresa que transformou uma parte do velho palácio no primeiro casino da capital – o Magestic Club.
O Palácio sofreu, assim, profundas obras de adaptação sob a direcção do arquitecto Silva Júnior, transformando-o no esplendoroso edifício que chega até aos nossos dias.
Em 1928, já estava encerrada esta fase da sua vida e em 1932, foi arrendado ao Grémio Alentejano, posteriormente denominado – Casa do Alentejo.
Por detrás da fachada do Palácio, esconde-se um dos edifícios mais incríveis da cidade e quem nunca lá foi, é capaz de nem acreditar que tem um pátio árabe digno de um rihad marroquino. A par da arquitetura, que nos leva por salas sucessivas onde por vezes estamos num país árabe e logo a seguir mais parece que nos enfiaram em Versailles, o restaurante oferece as melhores iguarias alentejanas e com sorte ainda assiste a um recital de Cante Alentejano.
As comemorações, que se estendem por 2023, terão o seu ponto alto no dia de Portugal – 10 de Junho -, com uma sessão solene, mas há muito mais para ver e descobrir, nomeadamente o lançamento do livro do centenário, a inauguração de uma escultura no icónico Páteo Árabe – um dos ex-líbris da Casa do Alentejo, da autoria do escultor alentejano Jorge Pé Curto -, ou exposições de fotografia e pintura, que prometem revisitar a presença e a influência alentejana na região de Lisboa durante os últimos 100 anos. Toda a agenda pode ser consultada, aqui.