Por a 7 Agosto 2022

As penthouses formam uma geografia urbana peculiar. A sua condição de ‘remate’ do edifício permite singularidades surpreendentes e pouco imagináveis para quem anda pela cidade e não sonha o que se passa lá em cima. Cúpulas, terraços e torres convivem com jardins, janelas e telhas inclinadas.

Arquitetos: Langarita Navarro Arquitectos; Fotografia: ©Imagen Subliminal; Segundo a memória descritiva dos arquiteto 

O projeto de remodelação deste último andar abraça esse mundo fantástico das penthouses, explora as suas qualidades originais e socorre-se de ideias e soluções inusitadas, além do paisagismo. 

Localizado numa rua característica do bairro de Salamanca, em Madrid, o apartamento faz parte do sexto andar de um típico edifício burguês do início do século XX e foi, originalmente, um espaço dedicado a um atelier de pintura.

A sua forma possui as qualidades de um tradicional estúdio: um volume principal com duas águas, pé direito alto alcançado os 7 metros e uma grande janela de ferro voltada para o norte para uma iluminação homogénea do espaço de trabalho.

Outros elementos complementam a composição, como volumes mais pequenos em torno dos pátios internos e a fachada das traseiras. Os recuos das fachadas permitiam desfrutar do exterior em espaços singulares.

Ao norte, um terraço alargado introduz no primeiro plano de vista uma torre com acabamento pitoresco. O terraço a sul deixa um espaço generoso com dimensões suficientes que viabilizam mais um quarto. 

O projeto seguiu duas estratégias. A primeira, manter todas as condições singulares que faziam do espaço original um lugar único, respeitando o volume impactante, a janela, o piso e as portas de madeira. A segunda estratégia foi intervir com operações pontuais vinculadas a lógica da construção do mobiliário e do jardim.

No corpo principal, foi reconstruído um sótão com uma solução capaz de resolver a estrutura e a climatização do ambiente e minimizando o impacto visual. O pé-direito baixo do sótão serve para resolver a cozinha, a escada e o depósito.

Nos quartos, um mobiliário vinculado com a janela delimita o interior e o exterior. O terraço a sul transformou-se numa sala onde a vegetação trepadeira como as rosas, glicínias e jasmins, criam um espaço íntimo e agradável. 

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