Projeto: Dupont Blouin / Localização: Laval, Quebec, Canadá / Fotografias: Olivier Blouin
Uma paleta minimalista e a aposta em materiais leves tornam esta casa um refúgio perto de um ambiente urbano. Inspirada na arquitetura vernacular local, faz uma reinterpretação minimalista e contemporânea de uma tradicional casa de campo.
Esta é a primeira de três casas unifamiliares ao longo do rio Mille Îles (Rio das Mil Ilhas) em Laval, no Canadá. Esta primeira casa, a mais luminosa das três, é revestida com tijolos brancos, conferindo-lhe um caráter único no bairro.
Inspirada na linguagem vernacular da arquitetura Laval numa época em que a ilha era uma zona de resort, a residência oferece uma reinterpretação contemporânea da tradicional casa de campo local, com o seu telhado de duas águas.
Os três volumes que compõem a casa contêm, cada um, uma parte do programa. O volume paralelo à rua contém a garagem, o hall de entrada e os espaços sociais, enquanto os outros dois, perpendiculares a ela, incluem as áreas de descanso. A entrada principal é criada na interseção. O volume mais próximo da rua, localizado no primeiro andar, inclui dois quartos e uma casa-de-banho. O outro volume acima, destina-se à suite principal, conferindo-lhe um carácter mais privado e grandioso com uma cobertura de catedral e vista sobre o rio.
O princípio orientador do projeto foi trabalhar a noção de intimidade para oferecer espaços protegidos do exterior. A estratégia dos arquitetos foi concentrar as vistas no rio, que fica logo atrás, reforçando assim a sensação de estar na natureza e não nos subúrbios. Por essa razão, as zonas sociais foram colocadas ligeiramente abaixo do nível da rua, enterradas. “Quando se está no coração do espaço, parece que se está sozinho no mundo”, explicam os arquitetos..
Uma parede multifuncional serve como despensa, armário de louças na cozinha, estante expositora na sala de jantar e armário de arrumação na sala de estar. Este móvel integrado, é como uma fita, e ao virar a esquina torna-se ainda corrimão de escada e depois uma zona de vestiário do primeiro andar. “É um gesto elegante e estruturante que envolve os espaços comuns, protegendo-os um pouco mais do ambiente exterior”, contam.
Como os espaços sociais estão orientados para o rio no lado norte, para ter acesso à luz solar mantendo a privacidade, os arquitetos perfuraram uma claraboia na sala de estar acima da escada, uma na interseção dos dois corredores e uma em cada casa-de-banho. Com isso ganharam uma luz zenital que traz uma iluminação uniforme e majestosa aos espaços. Além dessas aberturas verticais, os arquitetos criaram janelas em cada lado do corredor dos quartos para criar um eixo luminoso que faz circular a luz de sul para norte.
Por último, as casas-de-banho são revestidas a cerâmica branca e terrazzo, enquanto os espaços de estar e os quartos têm como pavimento madeira de bordo canadense destacados pelas paredes creme. Esta paleta minimalista de materiais leves, reforça a atmosfera luminosa e relaxante da casa. Uma casa com uma sensação de refúgio próxima do ambiente urbano.