A marca italiana Listone Giordano desafiou o arquiteto Marco Carini a compor um conjunto de novos pavimentos em madeira para 10 ambientes diferentes.
O arquiteto inspirou-se na música para criar composições geométricas com linguagens espontâneas e divertidas.
Segundo o próprio, assim como com 7 notas se pode criar diferentes tipos de música, como clássica, jazz, rock, pop…-, com diferentes tonalidades de madeira também se consegue criar pavimentos que vão além dessa função e se tornam parte do contexto em que estão inseridos.
As composições, como explica e mostramos de seguida, não são uma coleção, mas sim sugestões e inspirações do que é possível fazer com madeira nos seus vários formatos e cores.
COPENHAGEN
Nesta composição Marco Carini inspirou-se na típica alternância do ritmo da vida. Cores claras e escuras tornam-se dia e noite, à luz de tonalidades de casca de árvore e madeira natural recém-cortada. Carini faz uma analogia entre a luz que desliza entre uma linha e outra e o piano de Glenn Gould – “suave mas cheio de nuances”. É uma composição clássica, que se funde com a arquitetura que a contém.
TURIN
Eclético e cheio de história. Nesta composição o arquitecto cruzou uma linha vertical com linhas horizontais mais claras, num ritmo que se repete e envolve a sala. O ambiente inspirado nos interiores requintados de Carlo Mollino acolhe este pavimento como se de um abraço caloroso se tratasse.
BRUGES
Inspirado na música de acordeão e nas compressões e dilatações que se fundem, neste pavimento todos os elementos são fluídos.
ARLES
Os padrões de Anni Albers constituem a matriz formal da composição. Os fios foram substituídos por peças em madeira finas, largas, grandes e pequenas, como se a sala se transformasse numa enorme tela, rodeada pelas cores e ambientes da Provença.
NEW YORK
O jazz e a alteração das teclas brancas e pretas de um mesmo teclado foram a inspiração. As mão de Thelonious Monk a tocar as notas de Duke Ellington. Neste pavimento, cheios e vazios alternam -se como se fossem uma música.
STOCKHOLM 02
Com um padrão em espinha e rico em alternâncias e elementos justapostos, Carini caracteriza-o também como harmonioso.
STOCKHOLM 03
Uma composição feita com elementos modulares: um mais curto e outro mais alongado. Existe uma nuance subtil, apenas detetável aos olhos mais atentos. “É como uma poesia curta, como um soneto ou uma fábula. É afiado como um lápis que deixa uma marca delicada na folha de papel”, carateriza o arquitecto.
MILAN 01
Nesta composição o arquiteto optou por um ritmo regular e com harmonia. “É quase como se estivéssemos numa avenida larga e arborizada, típica de uma época em que os detalhes se fundiam de uma forma equilibrada”, explica.
MILAN 02
Parece simétrico mas não é. Contudo, tem uma assimetria perfeita. Segundo Marco Carini trata-se de uma composição definida por ângulos retos que são complementares entre si.
TOKYO
Delicado, explosivo e delicioso. Cheio de energia e de paz, como um jardim zen. Neste pavimento, o ritmo é um ritual.