Localizado em Sydney, Australia, um apartamento escuro e datado passou a ter um ambiente eclético e lúdico. O projeto é da responsabilidade do YSG Studio.
Arquitectura: YSG Studio / Fotografia: Prue Ruscoe
O apartamento localizado em Dawes Point, nos arredores de Sydney, Australia, ocupa o último piso e precisava de uma atualização ao nível dos espaços e elementos de design.
O projeto assinado pelo gabinete YSG Studio transformou um interior escuro e datado, em espaços ecléticos e cheios de história.
Os proprietários, que haviam visto recentemente os filhos saírem de casa, queriam tornar os espaços mais fluídos e enquanto ávidos colecionadores de arte, criar uma base para acolher as suas peças. Só existia uma especificação, o novo mobiliário não poderia ser em tons de branco ou bege.
A casa passou então por mudanças estruturais – tais como a anulação de algumas paredes interiores -, a transformação de um terceiro quarto em escritório e a “injeção” de padrões e texturas numa paleta que os próprios autores do projeto classificam de corajosa.
A sala, anteriormente com uma configuração estreita e angular foi alterada de forma a maximizar o fluxo espacial, introduzir luz natural e aproveitar a vista sobre a água.
A fluidez espacial foi também conseguida removendo paredes na zona de entrada – para permitir vistas de mar a partir da cozinha, sala de estar e sala de jantar, que passaram a estar integradas.
A cozinha, que originalmente era totalmente fechada, é agora demarcada por um balcão com um detalhe em mármore na cor esmeralda, permitindo vistas para o exterior e a proximidade com quem está na sala de estar.
No quarto principal, foi também removida uma grande parede divisória que bloqueava a vista mar.
Como já referido anteriormente, o interior, escuro e datado do projeto original, foi substituído por uma paleta de cor neutra, leve e arejada. Esta base, permitiu receber cores e texturas mais fortes, móveis estofados, tapetes luxuosos e claro, a coleção de arte do casal.
Em toda a zona de estar os tons escolhidos são marcantes: predominam o salmão, o ameixa e o tangerina, pontuados com diferentes profundidades de azul marinho. Estes são ancorados por tons mais fortes nos quartos, como azuis celestes, índigo, ou o verde azeitona que ocupa o teto do escritório. A juntar a esta paleta, há ainda as cores vibrantes, como o rosa das torneiras Vola na cozinha ou dos abajures no quarto de hóspedes.
Existe um clima lúdico em toda a casa que nos é transmitido pelos padrões ecléticos e pelos detalhes como os candeeiros em forma de “bolas de praia” que levitam sobre a mesa de jantar. Num dos quartos, destaque para o candeeiro de teto em gesso e forma de concha que se ilumina ao estilo de Jean Charles Moreux. E também para a cabeceira estofada e personalizada com painéis laterais em tecido Pierre Frey bordado à mão, que confere ao espaço referências multiculturais.
No quarto principal, o teto pintado à mão foi inspirado em antigas telas chinesas e um tapete Tappeti com um design personalizado ecoa o tema “Chinoiserie”, assim como a manta em seda dourada e o abajur Taliesin em madeira de cerejeira desenhado por Frank Lloyd Wright.
Ao conjunto eclético, é ainda adicionado um toque exótico através de incrustações de pedras naturais padronizadas na zona do bar e uma ordem orgânica dada por elementos em mármore que com os seus veios introduzem ritmos ondulantes.