É um dos edifícios emblemáticos do Alentejo, com um passado rico e um traçado único, e está na posse da atual família que nela habita há mais de 200 anos. Um projeto de incontornável riqueza e importância histórica.
Fotografia: João Peleteiro Texto: Isabel Figueiredo
Como se lê no site da casa, “terá sido, originalmente, local de habitação dos freires da Ordem de Santiago, que tomavam conta da Igreja Matriz de Santiago Maior, que lhe fica adjacente. No séc. XVI, a Casa de Santiago pertencia à família Feio, fazendo parte dos bens instituídos em morgadio pelo Padre Sebastião Feio, no ano de 1570”.
Com o terramoto de 1755, o edifício ficou em muito mau estado, e as suas ruínas foram aforadas, em 1797, ao padre Bonifácio Gomes de Carvalho, prior de Santiago do Cacém, que estava a reconstruir a Igreja Matriz, igualmente derrubada pelo mesmo terramoto.
Acabaria por ser este padre a adquirir a propriedade, dois anos depois, vendendo-a no início do século XIX a D. Francisca Teresa de São José Nobre Pacheco, viúva de João Falcão Murzello de Mendonça.
Anos volvidos, a casa foi passando para outras mãos, por motivos de herança, até ser legada a D. Maria das Dores Cabral Parreira, casada com o capitão de cavalaria António Lobo de Vasconcellos, filho do general José Lobo de Vasconcellos, oficial às ordens e ajudante de campo de SS.MM. os Reis D. Carlos e D. Manuel II, e avós dos atuais proprietários.
No total, a casa ocupa 900m2 e o jardim 1500m2. Com o decorrer dos anos, e das obras feitas, o edifício original viu serem-lhe conferidas novas valências e confortos.
À casa mãe foi adicionado um apartamento, localizado no jardim, há pouco mais de um ano, bem como foi construída a piscina. Do conjunto fazem parte ainda a pequena capela exterior e o oratório no interior.
Todas as casas de banho são novas, e adaptadas às demandas dos dias de hoje. Procedeu-se ainda à adaptação da zona de serviço, adicionaram-se todos os serviços de apoio à zona da piscina e do jardim, foi dada uma pintura geral à totalidade da casa, e feito o seu restauro, mantendo-se, contudo, a estrutura, o espírito, o estilo e a história do edifício e do mobiliário de época, que a integra.
As casas de arrumos, no jardim, deram origem ao apartamento, construção recente, e igualmente convidativa. Nesta, aproveitou-se o antigo pombal que deu origem à casa de banho e foi aproveitado o forno de pão, integrado na zona da sala; dotou-se o apartamento de todos os confortos do século XXI. A casa é habitada há dois séculos pela mesma família.
Os proprietários José Duarte, que aqui nasceu, e Francisco Lobo de Vasconcellos e a sua família, com a mulher Raquel e os filhos de ambos. A Casa de Santiago é hoje um belíssimo destino de férias e de fim-de-semana.
A casa inclui 6 quartos, 5 casas de banho, 5 salas, cozinhas e apoios. No apartamento do jardim existe 1 quarto com sala adjacente e 1 casa de banho. Ali vive-se um ambiente familiar, tendo-se mantido o look and feel de uma casa secular, numa propriedade que ainda hoje respira História, memórias, vivências.
Os móveis são, de modo geral, clássicos, mas sem que tal prejudique o conforto que é suposto hoje termos numa casa, mesmo de época e de férias.
O reencontro com o passado, a calma e serenidade da envolvente são hoje importantes predicados, perceptíveis mal entramos nesta bela propriedade.
O jardim é, per si, palco de momentos de convívio e descontração, equipado, para além da piscina recente, com sofás de grande porte, uma zona de churrasco e áreas consagradas às refeições.
É, acima de tudo, um ponto de encontro com a sua história, entre família e amigos, num cenário de enorme beleza e tranquilidade.