Arquitetos: Architects EAT / Área: 350 m² /Ano: 2020 / Fotografias: Derek Swalwell / Segundo a memória descritiva, via ArchDaily
Uma única fileira de arbustos maduros, ao longo da estrada lateral não pavimentada, configura um primeiro plano suave para aquilo que se considera a fachada “principal” da casa. As sombras das árvores projetadas sobre os blocos de alvenaria de cimento branco, pela manhã, animam a longa fachada articulada.
Estas articulações, através do detalhe da alvenaria e cimento, aliadas às coberturas piramidais e a sobreposição dos espaços, evocam vivências e curiosidades. Estes elementos geram uma polémica para a longa fachada, que é essencialmente um mecanismo de defesa, para garantir e sugerir privacidade.
A sequência formal do acesso começa na entrada, do portão para o acesso dos peões, da rua principal: as calçadas de laje rosa configuram a ligação entre o jardim nativo e a estrutura do edifício.
Através do vão entre a longa fachada e a garagem, um chuveiro externo assegura a necessidade de limpeza dos equipamentos molhados no mar, antes que o espaço se abra para o santuário externo da casa. As áreas de estar internas abrem-se para o jardim do pátio, voltado a norte, onde a família se reúne e se diverte.
Uma a vez no interior da casa, as duas coberturas principais, de maior dimensão, revelam a sua estrutura interna: pirâmides de cimento com degraus reversos. A claraboia central fornece iluminação durante todo o dia para as áreas de estar e de jantar.
O peso da estrutura faz com que a alvenaria externa de assemelhe à casca de um ovo, com estrutura e detalhes complexos, que tornam as fachadas ainda mais minimalistas.
Tal razão deve-se ao fato desta ser a segunda casa projetada para o cliente, o que deu mais liberdade aos arquitetos para “experimentar”.
Procurou-se uma casa que ofereça uma experiência diferente do viver na cidade, uma casa que proporcione uma sensação de fuga, um mundo longe da sua existência urbana; uma casa que os seus filhos possam relembrar das férias de verão, um espaço memorável, sob as pirâmides de cimento e as suas tendas gigantes.
A noção de uma casa de praia, ou de uma segunda casa, muitas vezes é o lugar para nos divertirmos com a família ou nos reunirmos com muitas pessoas. Muitos dos espaços nesta casa facilitam essas experiências coletivas: as crianças brincam juntas, uma lavandaria aberta que funciona como um hall de serviço, vários pontos de acesso, diferentes áreas de estar internas e externas; que convergem durante as diversas utilizações.
Ao iniciar o projeto de uma casa que seja permanente, ancorando-a na areia, ao contrário da tradicional casa de praia leve.
Neste caso, procurou-se mais um bunker do que uma cabana. Embora esta casa não tenha uma vista espetacular do oceano no topo de uma colina, a sua localização plana no interior da vila configurou um marco para a comunidade, a que agora a chamam afetuosamente de “Pirâmides de Flinders”.