Por a 9 Março 2021

Os Arquitetos do coletivo catalão Andrea Solé Arquitectura assinam o projeto de recuperação de uma ruína, transformando-a numa casa de férias com 144m². Os critérios de sustentabilidade necessários foram cumpridos, de modo a preservar o ambiente rural, promovendo, assim, o turismo sustentável e auto-suficiente.

Projeto: Andrea Solé Arquitectura / Fotografias: Adria Goula / imagens e memória descritiva via Archdaily

Localizada junto ao Parque del Garraf, na Catalunha, a Casa Can Tomeu faz parte do conjunto Masia Corral d’en Capdet, construída no século XIX como uma propriedade agrícola e pecuária. Depois de transitar de geração em geração, foi abandonada e ocupada até ser adquirida, para transformá-la em turismo rural.

Can Tomeu era originalmente a casa dos “masovers”, pessoas encarregadas da manutenção da propriedade. A passagem do tempo e o seu abandono levaram o edifício a um estado de degradação considerável, tendo apenas as paredes de suporte sobrevivido.

O projeto tratou da reabilitação integral da casa, contemplando uma extensão de 30% de seu volume original, permitida pela legislação local. Devido à degradação do edifício, e ao completo desaparecimento do seu telhado, as paredes do perímetro haviam ruído e perdido altura.

A intervenção opta assim por recuperar o volume original e utilizar o volume expansível na forma de anexo. Desta forma, o edifício existente recebe o protagonismo como volume principal, bem como o volume de acesso, e a nova adição ocupa um segundo plano numa escala mais humana.

A materialização de cada volume é expressa de forma diferente.

A necessidade de endurecer as paredes de pedra existentes com cimento, no interior, adquire a sua expressão máxima ao atingir a altura original do edifício enquanto a adição, como novo elemento anexo, contrasta com o branco mais puro.

Do ponto de vista funcional, o projeto transfere o acesso principal para a antiga “vinha”, dando acesso a uma sala de pé direito duplo que será o espaço central da casa.

À esquerda estão os quartos (dois no piso térreo e um no primeiro andar), cada um com a sua própria casa de banho, e à direita, na área da adição, estão localizadas a cozinha e a sala de estar. Este anexo formado por dois volumes interligados abre-se para o exterior através de grandes janelas permitindo que se desfrute da natureza.

O espaço externo é protegido pela nova extensão e pela criação de um deque que se eleva acima do nível do solo, permitindo que os utilizadores se reunam em frente à amplitude do parque El Garraf. Ao mesmo tempo, este deque elevado é separado visualmente do caminho público que atravessa a propriedade, impedindo que os transeuntes vejam o que se passa dentro da casa.

A intervenção representa uma segunda vida para o edifício, dando valor aos seus pontos fortes e à redescoberta dos espaços internos existentes de geometria clara e poderosa, constituindo uma nova experiência espacial.

A reabilitação de todo o conjunto arquitetónico é feita com o máximo respeito pelo ambiente onde está localizado. Os critérios de sustentabilidade necessários foram seguidos para preservar o ambiente rural, promovendo, assim, o turismo sustentável e auto-suficiente.

preexistente

Foi realizado um projeto para gerir de forma auto-suficiente todo o complexo arquitetónico (por meio de painéis solares, tanques de óleo diesel e reutilização de água da chuva, fazendo-as passar por processos naturais de fitopurificação).

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