Por a 13 Junho 2020

Projetada pelo estúdio de Arthur Casas, a concepção desta casa começou pela escolha do terreno. Solteiro e com uma vida social intensa, o cliente teve abertura de espírito para propor um programa simples: um espaço para receber os amigos e com eles partilhar a paisagem, sem prejuízo da total intimidade e da paisagem.

Fotografia: Fernando Guerra / segundo a memória descritiva dos arquitetos

O lote triangular, cercado por muros altos, deixou o futuro proprietário céptico quanto à possibilidade de alcançar a vista esplêndida entre a Pedra da Gávea e o Atlântico (RJ). Para trocar o seu apartamento por uma casa em São Conrado, foi preciso convencê-lo de que a arquitetura transformaria a aparente desvantagem do declive e da presença dos vizinhos no ponto de partida do projeto excepcional que se eleva para alcançar o mar. O projeto coube ao coletivo Studio Arthur Casas.

Solteiro e com uma vida social intensa, o empresário teve abertura de espírito para propor um programa simples: um espaço para receber os amigos e com eles partilhar a paisagem; outro para ter total intimidade e contemplar a paisagem.

O projeto desta residência, localizada em São Conrado, no Rio de Janeiro, foi iniciado ainda no momento da escolha do terreno. O cliente, como não poderia deixar de ser, fazia questão de ter a vista para o mar. Entretanto, no início, o lote triangular, repleto de eucaliptos e cercado por altos muros, parecia não se encaixar na proposta. O recurso utilizado foi elevar os ambientes principais, trazendo a paisagem para dentro da casa, num programa simples, porém de complexa resolução.

Desde a entrada, os percursos proporcionam surpresas. Uma galeria, completamente revestida de pedra, recebe os visitantes pouco acima do nível da rua, num caminho que se vai abrindo, passo a passo, até chegar ao andar intermediário, onde é revelada a amplitude do mar e do horizonte.

Toda a área de convívio funciona como uma varanda, com integração total entre os ambientes, separados apenas pela grande escada de degraus flutuantes que se estende pelos três níveis. A intenção era, além de abraçar a natureza do entorno e confundir as noções de interior e exterior, criar uma extensa área de convívio.

No terceiro piso, um volume mais pequeno, intimista, revestido de madeira, acomoda em níveis diferentes o escritório, o quarto principal, o closet e a casa de banho com spa. Já no andar inferior, estão distribuídos os quartos de hóspedes e a ala de serviço, todos circundados pelo jardim repleto de espécies da Mata Atlântica.

O objetivo foi construir uma residência que compreendesse e mimetizasse a envolvente, da seleção de materiais às soluções de ventilação. Misturando-se com a paisagem e, simultaneamente, enquadrando e sendo enquadrada pela natureza, a ideia é que esta edificação se torne com o tempo cada vez mais integrada no local, até praticamente desaparecer…

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