O edifício é um espaço dedicado à antiga Saigão e uma obra-prima da arquitetura construída pelo académico Vuong Hong Sen, no entanto, foi sacrificada pela estupidez humana. A Saigon House é também reflexo do amor pelos becos de Saigão, tão românticos com a sua chuva e raios de sol.
Fotografia: Quang Tran
O estúdio a21studĩo ocupa-se da boa manutenção de um dos edifícios residenciais mais icónicos da cidade de Saigão, no Vietname.
Em Saigão, há uma obra prima da arquitetura, a casa de Van Duong Phu, construída pelo Sr. Vuong Hong Sen, um intelectual, académico e famoso colecionador de antiguidades, com vários livros escritos sobre a cidade vietnamita.
No final da sua vida, Hong Sen expressou o desejo de transformar a sua casa em museu, a fim de impedir que as antiguidades fossem roubadas e dessa forma introduzir a cultura de Saigão aos visitantes.
No entanto, após a sua morte (1996), a casa foi abandonada e o espírito parecia irremediavelmente perdido. O facto é que, apesar de ser respeitado e bem-sucedido nas suas obras, ele falhou ao passar o seu amor para a sua família. E portanto, eles não respeitaram a sua infância.
A atual proprietária da Saigon house adora Saigão e detesta viver em casas ocidentais, cada vez mais populares na cidade.Como tal, queria que a casa fosse um local de encontro para os seus irmãos e irmãs, aqueles com quem havia morado sob o mesmo teto, e ainda um ponto de encontro para avós e filhos.
Além disso, inspirada pela história de Van Duong Phu, ela gostaria que esta casa fosse o lugar onde pudesse partilhar as suas memórias sobre os móveis, os objetos que ela colecionou as gerações mais navas, para que soubessem valorizar o lugar onde cresceram.
Portanto, as crianças estiveram no centro das atenções do coletivo de design, que diz: “Quisemos criar um espaço fortemente característico de Saigão, para que eles possam familiarizar-se com a cidade, a casa e com o adulto, e servir como ativador para ajudar a despertar o amor nas crianças”.
Saigão é profícua em casas com telhados inclinados, pátios e varandas com flores. Além disso, também é conhecida pelos seus becos de blocos coloridos, ricos em materiais. Esta não é apenas uma casa e lugar de culto, nesse sentido, mas também um recreio para as crianças.
A casa de Saigão também tem este mesmo colorido, blocos de cor que parecem flutuar sobre a área comum. Os espaços são suficientemente pequenos, e numerosos, para que os mais novos tenham alguma privacidade para as suas tarefas; caso contrário, serão facilmente atraídos pelos sons, imagens e sairão para o exterior.
A área comum funciona como um beco, onde todos os membros da família interagem e constroem os seus relacionamentos; onde todos podem experimentar a mudança da luz ao longo do dia, a mudança das estações. E estes momentos são muito raros na sociedade moderna, como o são a falta de amor, comunicação e ligação com a natureza.
Além disso, a casa baseia a sua decoração em móveis e objetos colecionados pela arquiteta e proprietária. A maioria provém de casas demolidas em Saigão.
Além da beleza das antiguidades, também aqui encontramos a beleza dos objetos em segunda mão, que têm as suas próprias histórias e razões para renascer nos lugares onde deles mais precisam. E estes acabam por ser passados para as crianças ao longo das histórias e das atividades, servindo para ajudar a valorizar ainda mais a casa.
Esta é por isso a história de uma casa e de um legado que não se quis perder, que se tentou guardar para os filhos. “Como designers, gostaríamos de usar a nossa arquitetura, a casa, neste caso, como mensagem espiritual; refletir aqui que a história pode ser preservada com o amor daqueles que nela vivem“.