Por a 23 Abril 2020


Fica em Hangzhou, na China, e tem interiores da autoria do ateliê WJ Design. Inaugurada em 2010, na Nanshan Road, é ponto de passagem obrigatório pelos clientes, há dez anos. Agora, exibe nova cara.

Fotografia: Qiang Shen

Quando o designer Leo HU do ateliê WJ Design falou sobre a inspiração para a Anshuka, fez referência ao dia em que, caminhando pela Nanshan Road, viu a forma como as folhas das árvores dançavam. Era bom e tranquilo, andar na sombra daquelas árvores. E foi nisso que ele pensou para este espaço.

Nanshan Road é uma artéria muito familiar a todos os que habitam em Hangzhou, e a memória daquelas árvores perpetua a sensação de paz.

O ritmo acelerado da vida urbana moderna faz com que as pessoas ignorem pequenas coisas agradáveis ​​que acontecem ao seu redor. O designer espera assim que o projeto da pastelaria possa criar um espaço onde as pessoas estejam dispostas a desacelerar e a ficar, a sentir a vida por um tempo, mesmo que seja apenas para uma chávena de chá ao fim da tarde ou para uma sobremesa.

No processo de reforma geral da pastelaria, o designer transformou a parede simples original, cor amarelo leite, numa fachada escura, complementada por uma moldura dourada, para que todo o edifício possa ecoar no ambiente circundante e nele se diluir.

Leo HU usou o branco e a madeira como tons base para criar uma sensação de brilho mais natural.

Para atrair mais atenção e as pessoas, HU faz melhor uso das grandes janelas do piso térreo, em forma de arco. Seja ao entardecer ou à noite, as atividades internas podem ser vistas por quem passa.

O vidro arqueado que se estende do primeiro ao segundo andar reflete as exuberantes árvores de fénix ao longo da berma da rua. Toda a fachada do edifício ganha vida coberta por diferentes camadas, tão naturais como ela.

Durante todo o processo de design, Leo HU usou materiais simples, por forma a não distrair os clientes dos ingredientes à venda. O objetivo final é destacar a apresentação do produto. Quando os clientes veem o produto na prateleira, é para a delicadeza da sobremesa que o seu olhar vai.

O designer usou vidro e clarabóias para conduzir a luz solar para dentro do espaço. Quando está ensolarado, quando os clientes desfrutam de sobremesa na loja, ficam surpreendidos ao descobrir que as luzes e as sombras fluídas são, afinal, a alma de todo o espaço; estas vêm dos transeuntes, das árvores de rua, das bicicletas, dos carros que passam.

Quando os clientes se sentam para apreciar a sua sobremesa, o que eles ‘sentem’ é bem-estar, no contexto de um design casual. E quando se sentam nas mesas junto às grandes janelas, estão sentados juntos às árvores, e observam a forma como a luz muda, como as pessoas caminham e se agitam lá fora…

A gentileza da luz e da sombra os faz esquecer a passagem do tempo, eles se apoiam no sofá em silêncio, sentindo que talvez esse conforto seja o ideal.


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