Onde a música dita o ritmo.
Fotografia: Mauro Motty
Não consegue sentir a música neste apartamento? Se calhar não. Mas olhe outra vez, ou não fosse esta a casa de um grande guitarrista.
A música não está explícita em pautas ou em instrumentos musicais que estejam expostos, mas sim na forma como a casa flui, no seu movimento, na sua diversidade, na criatividade e na expressão de cada recanto.
Afinal, a música é isto mesmo, uma combinação de ritmos, num conjugar de notas, que no fim resultam em algo transcendente.
Agora perguntamos de novo, consegue sentir a música nesta casa?
Nós conseguimos. A casa é um todo, em que todas as divisões são celebradas. A disposição das peças é um jogo de entretenimento, que cria um fluxo entre divisões.
Entre a entrada, as salas de estar e a casa de jantar, a ligação cria um ambiente de união. Apesar de cada zona ser dedicada a um propósito, não existe um afastamento ou uma quebra. As portas estão abertas de um lado ao outro, e a própria luz penetra sala após sala. A decoração tem aqui também um forte peso na união dos espaços. As linhas clássicas da estrutura são celebradas com tons neutros e apontamentos pop, como as fotografias a preto e branco, as lâmpadas do teto, os apontamentos de cor, que equilibram algumas peças mais clássicas, como os castiçais, fazendo da decoração algo de eclético, ousado, mas sempre com um mood descontraído.
Mas o groove desta casa está, sem dúvida, nos pormenores. Na sala, conseguimos ver um quadrado pintado na parede com o mesmo tom das calhas e rodapé. Esse quadro ‘’emoldura’’ um antigo retrato, que, graças ao detalhe do enquadramento, fica com uma abordagem bem mais descontraída e interessante. Na mesma sala, podemos ver ainda um candeeiro de pé, que não é nada mais do que um tronco iluminado com uma gambiarra.
Mas não é só nas divisões sociais que estes pormenores saltam à vista. Na casa de banho, o tom verde reina. Mas é a bancada, feita com um estirador e o lavatório pousado em cima, que nos chama à atenção. E claro, o escadote que serve de apoio para colocar as toalhas.
A cozinha não fugiu à originalidade, e a inspiração foi mesmo o look de uma mercearia antiga. O armário de ferro e madeira, para além de prático, confere ao espaço um certo ar de grandeza e imponência, que é balançado pelas cadeiras com cor, na mesa antiga, mesmo no centro da cozinha.
Mas seja no quarto clássico, com o famoso sofá chesterfield, ou na salinha com a mesa de matraquilhos, uma coisa é certa: consegue sentir a música? Ritmo, paixão, groove? Nós sentimos e não é pouco!
Veja aqui a casa completa: