Por a 28 Maio 2024

Encontrada num considerado estado de degradação, esta casa de praia tornou-se num refúgio onde o simples se eleva ao estatuto de luxo. O projeto materializou um desejo de simplicidade onde o verde e as plantas nativas têm um papel principal.

Projeto: Ricardo Abreu / Fotografias: André Mortatti

A casa partiu de um desejo muito claro: trazer a mata nativa para o seu interior. E o nome com que foi batizada foi emprestado da sua localização privilegiada – na Praia de Maresias, no Brasil.

Os casal de proprietários – ela brasileira e ele inglês -, procuraram bastante até encontrar esta pérola, que na sua génese, estava a precisar de uma remodelação profunda.

Ricardo Abreu abraçou o projeto que, na sua forma original, não permita uma relação direta com a mata envolvente. Como ponto de partida, o arquiteto tornou o piso térreo – onde antes havia uma sala, cozinha, lavabo e quarto de hóspedes -, numa sala ampla, iluminada e voltada para a exuberante vegetação nativa. A tardoz foi criada uma grande varanda, com zona de estar e um spa por baixo das copas das árvores.

Os materiais usados foram todos escolhidos com base na sua proximidade com a natureza, tais como as pedras naturais, a cerâmica, ou os azulejos hidráulicos. E outro ponto fundamental foi a funcionalidade que uma casa de praia exige. No interior foram aplicados pisos cerâmicos e as bancadas foram construídas em betão com aplicação de cimento queimado, também usado nos pavimentos exteriores. A escolha teve como fundamento garantir o aspeto rústico sem perder a contemporaneidade.

O verde é a cor que predomina na casa – nas fachadas, nos armários da cozinha, nos revestimentos cerâmicos da casa de banho…e é acentuado pelas plantas que parecem invadir o interior, em composições de bromélias, lírios, catos e árvores de fruto como o cajá-manga. No exterior, há ainda palmeiras e coqueiros para aumentar ainda mais a exuberância nativa.

Na decoração há poucos elementos e predomina o artesanato brasileiro. Candeeiros em fibra de bananeira, cestaria e objetos adquiridos a artistas da região são alguns dos destaques. No mobiliário misturam-se peças vintage com clássicos , como a cadeira Girafa de Lina Bo Bardi. O tapete em sisal acolhe a área destinada ao convívio e reforça a simplicidade que se procurou no projeto.

Na cozinha, a mesa de jantar e os bancos vieram de Londres e já acompanham o casal desde a sua primeira morada, em Inglaterra, sendo também um símbolo do gosto que ambos mantém em colecionar memórias ao redor da mesa.

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