Por a 10 Fevereiro 2024
Luisa Carp e Susana Ramos

LC.SR é um atelier de arquitetura fundado pelas arquitetas Luisa Carp e Susana Ramos. Com sede em Cascais, Portugal, dedica-se a projetar espaços que não só atendam às necessidades funcionais dos seus clientes, mas também melhorem a vida das pessoas e expressem a sua identidade.

A dupla de arquitetas criou LC.SR com a convicção de que a verdadeira arquitetura é mais do que apenas desenhar edifícios – é sobre a criação de ambientes que têm um impacto positivo na vida das pessoas. Por isso, cada projeto é tratado como um processo único, exigindo tempo, reflexão e atenção meticulosa aos detalhes.

LC.SR procura clientes que valorizam a qualidade, a criatividade e a personalização acima de tudo. Acreditam na colaboração como um meio de promover o processo criativo e alcançar os melhores resultados possíveis.

Luisa Carp e Susana Ramos, trazem para o atelier uma riqueza de experiência e uma diversidade de perspectivas. Com vasta experiência em projetos em Portugal, elas combinam os seus conhecimentos especializados com uma compreensão profunda do ambiente local e da cultura arquitectónica.

A LC.SR tem ampla experiência em projetos de arquitetura residencial, comercial e institucional, bem como em design de interiores. Procuram trabalham com uma variedade de materiais e técnicas, sempre mantendo o foco em garantir que o projecto final seja funcional e esteticamente agradável.

O seu compromisso é oferecer um suporte individualizado, para que cada projeto seja desenvolvido de forma única e personalizada pois acreditam que com essa abordagem possam criar espaços que verdadeiramente refletem os desejos e as necessidades dos seus clientes.

Sede: Cascais | [email protected] | [email protected] | www.lcsr.pt | Instagram | Facebook

Casa Santo António

Fotografia: Ricardo Geraldes

Dado o interesse do imóvel, como conceito primordial do projeto, deu-se especial relevo ao existente exteriormente, quer em termos arquitetonicos e construtivos, quer em termos paisagísticos de forma a valorizar a construção existente, que se encontra classificada como exemplar da “Casa Portuguesa de veraneio”, e proporcionar espaços com o máximo conforto e segurança, tirando o melhor proveito possível do jardim e piscina que foi prevista na zona a Sul do lote.

Desta situação resultará uma reabilitação com os traços e elementos arquitetonicos da construção inicial, com um corpo ampliado perceptível no estudo do edificado, mas respeitando as pré-existências e mantendo a linguagem da casa.

A moradia encontrava-se dividida em vários pequenos compartimentos, na sua maioria sem cumprirem com os atuais requisitos de habitabilidade. Procurou-se ampliar a construção o mínimo necessário para satisfazer os requisitos atuais, com o menor impacto na leitura exterior da casa. Assim propõe-se uma pequena ampliação para contemplar uma área de cozinha adaptada às necessidades atuais de uma casa para uso próprio. Em suma, o espaço interior foi totalmente reformulado para permitir ter a zona social e suite principal no piso de entrada, a cozinha a Norte com uma entrada independente e as salas viradas a Sul/ Poente com uma maior relação com o jardim. Por sua vez, a suite principal, ficará do lado Nascente, elevada um piso em relação à cota do jardim nesta zona do lote, permitindo uma maior privacidade. As restantes suites foram previstas no piso do sótão, mais resguardadas e apropriando-se das tão características mansardas, enquanto usufruem do generoso pé-direito livre, possíveis com os seus tectos inclinados. Por sua vez, o piso inferior, cujo acesso independente também é possível a Nascente, manter-se-á maioritariamente inalterado, e ficará reservada às áreas de serviço. Deste modo, a nível de compartimentação interior, houve uma intervenção extensa, de forma a garantir uma melhor funcionalidade e conforto, adequando os espaços interiores às novas vivências e necessidades dos novos utilizadores. Exteriormente, aproveitou-se os desníveis existentes entre as várias ruas para rever as cotas do terreno, permitir acessos ao lote diferenciados e ter os lugares de estacionamento ocultos dos espaços de lazer. Estes últimos foram concentrados no logradouro a Sul onde também se recuperou um dos anexos existentes para o transformar em espaço multiusos de apoio à piscina. O jardim terá um tratamento decorativo de forma a melhorar a qualidade destes espaços e a valorizar a leitura da casa, reformulando-o com novos maciços herbáceos e arbustivos junto ao limite do lote, relvado no espaço central e uma zona de horta no canto a Nascente, junto à cozinha.

Casa da Eira

Fotografia: Lourenço Teixeira de Abreu

A Casa da Eira é um projecto de reabilitação com cerca de 650m² de área construída, repartida em três construções num lote de 2070m² em Cascais. O projecto transforma este conjunto edificado, que foi surgindo ao longo de anos, acompanhando o declive do terreno e fundindo-se com os afloramentos rochosos existentes, numa casa para uma família em mudança de estilo de vida.

O principal desafio foi encontrar um equilíbrio entre manter a essência dos espaços construídos, onde era notório o respeito pelo espaço e pela envolvente, pelo enquadramento dos vãos e escala dos volumes, e acrescentar um maior conforto, respondendo às particularidades da nova família.

A intervenção focou-se em dar uma leitura uniforme aos vários espaços, utilizando materiais contínuos e mantendo uma linguagem rústica de superfícies irregulares. Estenderam-se os pavimentos em terracota nas zonas sociais, propôs-se uma única madeira escurecida para os quartos e nas instalações sanitárias, surgem as monomassas de cores neutras em conjugação com madeira. O conforto da casa foi acrescentado com a introdução de pavimentos aquecidos, isolamento térmico, recuperação de lareiras e salamandras, renovação de janelas e requalificação total das zonas de águas. 

Funcionalmente a organização sofreu apenas alguns ajustes. Esta centra-se no hall de entrada da casa que se abre para as imponentes pedras de granito rosa, com uma pequena biblioteca elevada. Este espaço funciona como elo entre os vários níveis da casa. Daqui desce-se para a zona social da casa, acedendo-se à sala, marcada pela lareira rebaixada, pelo seu amplo pé-direito com treliças de madeira e que culmina numa grande varanda. A um nível intermédio desenvolve-se a cozinha. Aqui dá-se o maior confronto entre os elementos rústicos pré-existentes e uma cozinha que se pretende modernizar. Optou-se por colocar os novos elementos em cinzento-escuro realçando os elementos de madeira, a terracota e as portas antigas. Ainda do hall se pode subir para o que outrora fora um apartamento e onde a intervenção foi mais profunda. Este andar foi transformado na suite principal pela sua posição privilegiada, possibilidade de funcionamento independente e aproveitando a varanda sobre a entrada, com vista de mar. Procurou-se nesta suite uma leitura ampla do espaço que se traduziu numa maior permeabilidade entre os espaços de vestir, dormir e casa-de-banho. Os restantes quartos surgem nos vários extremos da casa. Cada quarto foi entendido como único e procurou-se potenciar as suas singularidades, desde o óculo para a vista, o quarto da zona mais alta da casa que disfruta de uma vasta abertura para o vale ou o quarto/atelier na zona mais recatada do terreno. 

No exterior, numa cota intermédia, aproveitando a parede rochosa surge a construção que se transformou em escritório. À entrada reabilitou-se a casa de hóspedes e introduziu-se um espaço de arrumos e lavandaria. No jardim, reconfiguraram-se os percursos, delimitando-os com muros de pedra emparelhada e pavimentando-os com pedra rústica. Nas zonas de permanência utilizou-se a gravilha ou o pavimento em terracota, como é exemplo junto à piscina à semelhança do resto da casa, e privilegiou-se a vegetação local com maior preocupação pela gestão dos recursos.

Apartamento Baía de Cascais III

Fotografia: Ricardo Geraldes

Apartamento Baía de Cascais III – Inserido no coração da vila de Cascais, com a Baía de Cascais como pano de fundo, o apartamento Baía de Cascais III, de aproximadamente 130m2, foi alvo de uma remodelação completa com o objetivo de se tornar um alojamento local de eleição.

O projeto de renovação, concluído num prazo de apenas três meses, representou um desafio em termos de tempo, precisão e eficiência. No contexto de compromisso intenso com o controlo de custos, as intervenções foram planeadas de forma cirúrgica. O principal foco incidiu sobre a melhoria do conforto e da funcionalidade do apartamento, sem descurar a preservação de determinados elementos originais.

O pavimento em pedra das áreas sociais foi mantido, bem como os armários e portas em madeira, que acrescentam um toque de autenticidade ao espaço. Esta decisão contribuiu para a criação de um ambiente sereno e relaxante, o cenário perfeito para apreciar a deslumbrante vista da Baía.

O principal destaque do projeto de remodelação foi, sem dúvida, a vista para a baía. Com o intuito de maximizar a visibilidade deste cenário, foi criada uma abertura entre a cozinha e a sala de estar. Esta mudança proporciona não apenas uma maior sensação de convivialidade, mas também permite que o mar se torne uma presença constante no interior do apartamento. O horizonte, com o seu desfile constante de céu e mar, torna-se assim uma parte integral da decoração do apartamento, oferecendo um espetáculo diário aos hóspedes.

No que diz respeito às instalações sanitárias, optou-se por tons neutros e materiais de fácil manutenção, uma escolha que reforça o compromisso com a simplicidade elegante e a funcionalidade eficiente.

Em suma, a renovação do apartamento Baía de Cascais III é um exemplo de como um design cuidado e uma gestão eficiente podem resultar numa transformação bem-sucedida. O resultado é um espaço de alojamento local autêntico, acolhedor e com uma vista de tirar o fôlego, preparado para receber hóspedes que queiram desfrutar de tudo o que Cascais tem para oferecer.

Scape Coworking Spaces

Fotografia: Ricardo Geraldes

Localizado na Doca de Santo Amaro, com o rio Tejo a desenhar a paisagem frontal, encontra-se um armazém de cerca de 350m², dividido em dois pisos, outrora um estabelecimento de restauração. O desafio era converter este espaço num centro de escritórios partilhados, preservando a sua identidade original, mas adequando-se às novas necessidades funcionais.

Este edifício distingue-se pela sua estrutura metálica e uma cobertura de duas águas invertida, bem como pelos grandes vãos envidraçados que o diferenciam dos armazéns vizinhos. Com o objetivo de valorizar ao máximo a sua localização privilegiada e a excelente orientação solar, mas com uma grande preocupação pelos custos e pelos prazos de obra muito controlados, a estratégia para a remodelação passa por uma recuperação cuidada dos elementos existentes, enquanto que internamente, se procurou reduzir ao mínimo as compartimentações, permitindo o maior número e diversidade de espaços de trabalho abertos.

No piso térreo, o foco da intervenção foi a adaptação e reorganização das instalações sanitárias e copa, para um fácil acesso aos vários utilizadores do espaço e ligada diretamente à recepção, optimizando assim a operação.

O piso superior sofreu uma transformação mais marcante. O espaço aberto com vista para o rio é maximizado, eliminando as antigas instalações sanitárias e o bar. Contudo, para amenizar o excesso de luminosidade, optou-se por pintar o espaço de cinzento-escuro, promovendo um maior conforto visual e realçando a vista para o rio. Acrescentaram-se ainda elementos vegetais para melhorar a acústica e trazer uma sensação de acolhimento ao espaço. Dessa forma, foram criados áreas de trabalho flexíveis, zonas de lounge e espaços para reuniões.

Em suma, o projeto de renovação do armazém na Doca de Santo Amaro é marcado por uma abordagem de respeito à sua imagem exterior e uma adaptação cuidadosa do seu interior para responder às necessidades do novo uso.

0
Would love your thoughts, please comment.x