Por a 20 Abril 2021

Fotografia: Denilson Machado Texto: Isabel Figueiredo

Mármores brasileiros brancos harmonizam com o apurado trabalho de marcenaria em ébano numa casa dos anos 60, remodelada pelo arquiteto Guilherme Torres, onde habita um jovem DJ.

Localizada no coração de um bairro nobre de São Paulo, a residência de 1100m2 foi construída nos anos 60 pelos avós do atual proprietário. 

Antes da extensa reforma promovida pelo arquiteto, a casa tinha um estilo neoclássico e apresentava uma planta muito compartimentada. 

O projeto remodelou completamente a distribuição espacial dos ambientes, abrindo grandes vãos, movendo e criando novas estruturas que transformaram a casa numa obra contemporânea, em total sintonia com o morador, um jovem DJ e produtor musical.

Dono de um estilo ao mesmo tempo despojado, porém sofisticado, o projeto desenvolveu-se através da definição de uma paleta de materiais intemporal: mármores brasileiros brancos contrastando com a marcenaria em ébano.

O mobiliário foi inteiramente desenhado pelo arquiteto, que também é designer, especialmente para este projeto. 

Os sofás do living principal e da sala de lareira são revestidos parte em tecido, parte em couro, num sistema modular que permite muitas combinações. 

A mesa de jantar, intencionalmente montada com uma cadeira, mantém o clima dramático da decoração. 

Quadros e objetos são poucos e pertencem ao acervo pessoal do morador. 

As paredes ebanizadas ocultam portas e espaços como a adega, que é separada do escritório apenas por painéis de acrílico que guardam os vinhos, outra paixão do proprietário. 

No piso superior, uma generosa suíte de 140m2 integra quarto, terraço, closet e casas de banho sem divisões formais. 

Paredes com painéis luminosos harmonizam com painéis de ébano e criam organizações subtis. Também aqui, todo o mobiliário foi desenvolvido especialmente para estes espaços. 

Ainda nestas áreas, que se abrem para painéis metálicos perfurados pretos, é possível observar um efeito gráfico muito forte.

As copas das árvores que envolvem toda a construção criam um efeito pixelado, dando um toque surreal a um projeto que não propõe espaços decorados, mas uma marcação forte de mobiliário, para receber muitas camadas de memória afetiva ao longo dos anos.

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