Por a 11 Março 2021

Fotografia: António Moutinho Produção: Amparo Santa-Clara Texto: Isabel Figueiredo

Inspirada nos pavilhões de caça, e com um enquadramento bucólico, esta casa é o refúgio de quem procura recolhimento e conforto, sem abdicar da proximidade à grande cidade.

Datada dos anos 40, esta simpática residência privada foi adquirida em 1990, num ato de amor à primeira vista. “Apaixonei-me pela casa porque ela encerrava tudo o que eu desejava”, conta-nos a sua proprietária.

“Era especial, pequena e acolhedora mas com o tamanho e as divisões necessárias, com um pé direito alto, bonitos tetos de madeira e uma arquitetura muito curiosa, octogonal, lembrando os pavilhões de caça africanos”. Além disso, a sua localização, na Costa do Sol, num ponto elevado e rodeado de verde, contribuiu em boa parte para a decisão da compra. 

Todas as obras levadas a cabo até hoje foram apenas trabalhos de manutenção, preservando-se o seu desenho octogonal, que é a característica mais notável deste projeto.

São exceções o telhado, antes revestido a colmo e entretanto substituído por telha antiga, que ainda hoje persiste, e a cozinha, renovada e modernizada para fazer face às exigências dos tempos atuais.

“Conta-se que a casa foi construída para ser o alojamento de apoio ao golfe do Estoril, inspirada no pavilhão de caça”, prossegue a proprietária. “Mas também que foi um devaneio do seu antigo dono”, continua.

Certo é que este projeto dos anos 40 soube bem resistir ao passar do tempo e tem sido até hoje cuidado, e bem preservado, por quem ali habita, destacando-se de entre as suas casas vizinhas. 

Numa área de cerca de 280m2, com um pequeno jardim de apoio, distribuem-se, no piso de baixo, a sala de estar, de refeições e de TV, a cozinha e uma suíte; no piso superior, com acesso pela cozinha, aloja-se a suíte principal, e de grandes dimensões, bem dotada de iluminação natural.

À entrada, a cor das paredes exibe um bonito azul manchado, numa alusão ao mar, ali tão próximo. Uma vez no coração da casa, para onde comunicam as várias salas, a base é branca e os tons predominantes são neutros e quentes.

Os toques de cor sobressaem nas pinturas, têxteis e tapeçarias e nalgumas peças de decoração. Esta é, aliás, eclética, misturando-se peças da Art Deco francesa, como a mesa da casa de jantar, com outras herdadas e adquiridas ao longo dos anos, numa mistura harmoniosa e sensível. 

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