Por a 3 Abril 2020

Não sabemos identificar um estilo e isso é bom!

Fotografia: José Manuel Ferrão

Nos arredores de Lisboa, um apartamento de um condomínio, como tantos outros, ganhou, pelas mãos dos proprietários, uma nova interpretação. Uma abordagem pessoal e cuidada, onde a estética não é mais importante que o conforto.

A vantagem desta casa tornou-se no facto de os proprietários a terem comprado ainda em acabamento, o que possibilitou a alteração de muitos dos materiais, diferenciando assim este apartamento de muitos outros do resto do condomínio. A escolha de materiais tornou-se ainda mais pessoal, pois foi efetuada pelos próprios.

No que toca à decoração, também os proprietários foram os responsáveis.

“Não houve um conceito inicial. O critério principal sempre foi o conforto e o contraste. Conforto, porque acho que o local onde vivemos tem de transmitir paz, ser um espaço quente, acolhedor, que nos convide a estar em casa. O contraste é para criar alternância à monotonia e porque considero, há muitos anos, que funciona”, garante a proprietária.

Apesar de serem os donos os responsáveis, tanto na escolha dos materiais como na disposição e decoração, o trabalho parece feito por profissionais, sendo a escolha de materiais arrojada.

“Não damos muito valor às peças de autor, apesar de termos alguns apontamentos. Damos primazia a peças que encontramos aqui e ali e que gostamos, desde que tenham alma e, de preferência, uma história. Os tapetes da sala são da Nini Andrade, porque a conhecemos numa viagem à Madeira.” Apesar de não terem nenhuma fixação por peças de marca, como diz a proprietária, há peças de design, algumas trazidas de viagens, o sofá, por exemplo, é da loja Rita Roquette Interiores, o candeeiro é Artemide e de todas as peças de autor há uma especial, um cinzeiro do arquiteto Siza Vieira.

Em relação aos quadros, a proprietária diz: “Todos têm uma história, porque damos preferência a quadros de pintores que tivemos oportunidade de conhecer, tal como o Cabrita Reis, o Malangatana, a Isabel Baptista, pintora angolana.” Em relação à peça preferida, dizem que “o nosso quadro preferido, quer pela história inicial, quer porque gostamos muito dele, é um do pintor Klaus Neuper, que adquirimos quando vivemos em Berlim e que, sem sabermos, se tornou um pintor de referência da atualidade alemã”.

Na sala existe ainda um material que salta facilmente à vista, usado na parede da lareira, que é betão projetado com acabamento verniz mate. “Escolhemos o cinzento, que, apesar de ser uma cor neutra, provoca um contraste com o resto da sala, que é mais notório com a lareira acesa”, confessam.

Por toda a casa são estes pormenores, peças com histórias ou combinações improváveis, que criam uma estética apelativa e original. Na casa de banho de visitas, por exemplo, a loiça é do Philip Starck, mas existe um espelho com 120 anos, da família, sendo a conjugação destes dois estilos e épocas perfeita!

No que toca aos quartos, a proprietária admite: “Sei que o meu marido gosta dos quadros com as fotografias a preto e branco dos filhos, que lhe ofereci no 40.º aniversário.

Da minha parte acho que gosto de tudo, principalmente pelo conforto que me transmite.”

Descubra todos os detalhes na galeria:

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