Por a 26 Março 2020

O dúplex, onde espaço e luz natural dominam, é a segunda morada de um casal que se apaixonou por Lisboa. Um refúgio sofisticado para amantes do conforto, arte e bem-estar, com interiores de Sá, Aranha & Vasconcelos.

Fotografia: Montse Garriga Grau / Adaptação: IPF

Os clientes do atelier de arquitetura de interiores SA&V queriam uma casa que refletisse o seu estilo de vida e forma de estar – estrangeiros, o casal com filhos, que já passaram das idades de maior dependência dos progenitores, assumem os seus gostos sofisticados e grande apreço pela arte e antiguidades.

A equipa de Sá, Aranha & Vasconcelos encontrou neste dúplex luminoso, localizado numa das zonas mais nobres de Lisboa, a base certa para criar cenários que combinam o conforto e a sofisticação pretendidos. As áreas generosas e o ambiente acolhedor, a boa dose de luz natural que irrompe pelas janelas, bem como as cores suaves e alguns apontamentos de cor que sublinham a sua personalidade foram amplamente explorados e conseguidos.

Por se tratar da segunda habitação, numa cidade pela qual se apaixonaram e para onde regressam sempre que as suas vidas profissionais o permitem, esta casa é, assim, o reforço da sua forte ligação a Portugal e assume-se hoje como o refúgio sereno na grande urbe.

Ao entrar, destaque para a consola com design de SA&V, em lacado marfim e latão escurecido mate. Sobre esta, arruma-se uma coleção de cofres Indo-Portugueses em tartaruga e marfim, o par de candelabros em talha e ouro fino e o candeeiro em alabastro com estrutura em metal escurecido. Na parede, guache de Calder.

Neste amplo hall, as paredes estão forradas a seda marfim e seda tête-de-nègre e expõe-se uma obra de Miró. O nosso olhar para ainda nas escadas suspensas projetadas por SA&V, em madeira, aço inox e vidro. Atrás, um Tallboy Inglês da primeira metade do século XVIII, em madeira lacada a negro e ouro.

Prosseguindo, na sala com pé direito duplo e janelas de sacada, as paredes estão também elas forradas a seda marfim e ali exibem-se os sofás, com desenho de SA&V, forrados a algodão texturado marfim. A arte domina neste espaço de grandes dimensões, com obras de Ian Davenport e acessórios bespoke como os pratos em madeira fossilizada e a jarra em vidro fumado ou o banco português do século XVIII em talha. Na zona destinada às refeições, que prolonga a mesma atmosfera serena, brilham a mesa da MDF Italia, o lustre em talha dourada do século XVIII e na parede da consola suspensa, desenhada pelo atelier, obra com técnica mista sobre papel de Mário Botas. O olhar dirige-se, ainda, para a peça dos brasileiros Campana, um espelho de parede magnífico, orgânico, em linha com o estilo tão especial desta dupla de irmãos.

No mesmo piso, existe ainda a cozinha, com armários brancos lacados, tampos em corian e chão de pedra na mesma cor.

Ao acedermos ao piso superior, no mezanino sobre a sala, encontramos a zona privada dos proprietários, uma  antecâmara composta por zona de TV e escritório que antecipa a entrada da suíte principal, com paredes forradas a seda marfim, estante revestida a papel de seda tête-de-nègre, com ecrã embutido. Na parede, peça de Phil Shaw representando lombadas de livros.

O atelier optou também aqui por vestir as paredes a seda marfim com aplicações de fitilho de veludo beije e marfim. Na parede, o trabalho de Sonia Delaunay, em harmonia com a cómoda inglesa do século XVIII, em marqueteria de madeiras variadas com aplicações e puxadores em bronze, sobre a qual se dispõem as jarras em vidro branco e a cadeira em madeira de palhinha, modelo francês do século XIX. Na casa de banho impera o mármore de Extremoz polido.

Além deste quarto, existem outras duas suítes, igualmente generosas em luz, com paredes forradas, uma a papel de alcântara em taupe suave e a outra em seda azul água.

Em ambos impera o registo de luxo ponderado, o casamento entre os tons suaves, as peças de antiguidade e as obras de arte, um requinte muito particular tão bem explorado por SA&V e que reveste o apartamento de classe intemporal. A olhar Lisboa.

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