Por a 16 Abril 2019

Pertence a um millennial. E, como não podia deixar de ser, a tecnologia não ficou à porta. As luzes podem ser ligadas antes de entrar em casa, a temperatura do ambiente, controlada remotamente, e a música soar à ordem de voz do proprietário.

O T0 distribuído por 60m2 de interior, e outros 22 de exterior, podia ser o reflexo dos desejos e prioridades de vários jovens adultos do século XXI. Naturalmente que não podemos generalizar, mas o gosto do proprietário deste imóvel, por música, surf, golf e, fotografia, é representativo daquilo que “os” move e faz vibrar. Uma geração onde a tecnologia tem grande relevância e que faz da internet uma extensão de si própria.

Manuel Azevedo Coutinho viu o potencial do seu (agora) apartamento desde a primeira visita, ainda na fase de construção. “Lembro-me de que aquilo em que reparei logo foi a imensa luz da habitação. O telhado já era de zinco, mas de resto nada estava ‘de pé’, a não ser a estrutura exterior do apartamento. Cá dentro, era um open space onde nem se sabia onde ficava a casa de banho”, revela. Os seus três anos de formação em arquitetura valeram-lhe a ginástica, mental e visual, para imaginar como iria ficar o imóvel. No qual teve, ainda, a oportunidade de definir os acabamentos de acordo com as suas preferências.

No quarto, os tons são intencionalmente serenos, o branco é, aliás, a cor predominante. A funcionalidade da divisão foi, desde logo, um aspeto importante a ter em conta, por isso, o sommier tem estrado elevatório, com arrumação por baixo, e alguns móveis foram executados em carpintaria de forma a colmatar as necessidades de arrumação no pouco espaço entre as paredes esconsas do apartamento.

Uma pequena secretária foi, ainda, tida em conta nesta zona onde, por vezes, o jovem necessita de trabalhar. Acima, aplicadas na parede, estão algumas peças artísticas trazidas pela sua família, de uma viagem ao Peru.

Após variados testes às possibilidades de layout do espaço, o proprietário optou por criar uma separação entre o quarto e a zona social da casa. Para isso, construiu uma parede quadriculada, lacada a preto, que viria a transformar-se no ex libris do apartamento. Foi uma forma de separar zonas, sem o enorme peso visual das paredes de alvenaria. A luminosidade trespassa para qualquer recanto da casa, mas chegada a hora de abrandar…a cortina fecha-se! Literalmente. O jovem mandou executar duas cortinadas à medida, em branco cru, que permitissem ocultar a zona do quarto e, da cozinha. Nesta última, a intenção foi que não ganhasse grande relevância quando está a desfrutar da zona de estar.

É caso para dizer que, aqui, tudo gira em torno da sala. O espaço acomoda meia dúzia de pessoas quer para jantar, quer para relaxar. As opções decorativas passaram, sobretudo, pela funcionalidade das mesmas, sempre de acordo com a dimensão disponível. O sofá tem almofadas e têxteis milpanos, a mesinha de apoio é Area Store e as guitarras espalhadas pelo chão e paredes são de Manuel Azevedo Coutinho.

Na zona de jantar, a mesa tem tampo de vidro propositadamente, de forma a não constituir grande “ruído”. O candeeiro suspenso é João Lopes iluminação e as cadeiras inspiradas num modelo Charles Eames. Ao lado, o aparador em nogueira faz as vezes de um louceiro e o quadro que ilustra um pássaro  foi adquirido numa feira em Alcácer do Sal.

Em ambos os espaços, a casa é smart, o que significa que está com os devices e, ligações, certas para que os dispositivos de iluminação, ar condicionado e, som, possam ser controlados através do telemóvel. Permitem até fazer um set the mood, isto é, criar um ambiente próprio face a cada situação, como por exemplo, alterar a cor das lâmpadas sempre que se quer ver um filme.

Por fim, há que reconhecer a grande vantagem de ser possível ver e, aceder ao terraço, a partir de qualquer parte da casa. Um espaço com vista privilegiada para a ponte 25 de Abril… É aqui que as reuniões entre amigos mais acontecem, sempre ao som de boa música e sem horas para terminar!

Não perca mais imagens na nossa galeria!

Texto: Mafalda Galamas

Fotos: Gui Morelli

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